Whispers of Power

~Chapter Five~

07 de outubro de 1996

__________Draco Malfoy__________

Era raro encontrar um momento de quietude nesse castelo, mas essa calma parecia amplificar o peso do que estava prestes a acontecer. Lunae estava caminhando ao meu lado, estávamos a poucos passos da Comunal da Sonserina, mas a distância entre nós parecia infinita. Parecíamos dois desconhecidos, nem parecia que a gente cresceu juntos.

A garota com quem compartilhei tantos momentos, agora estava tão distante. Desde o término ela evitava qualquer interação prolongada, desviando olhares, escapando de conversas e fugindo de qualquer confronto. Mas agora ela havia, finalmente, concordado em falar comigo e eu sentia tanta falta dela.

Parecia que ela estava tentando se preparar para qualquer coisa que eu fosse dizer. Seus olhos fixos no chão, os passos precisos e calculados. Eu sabia que ela ainda nutria sentimentos por mim, tanto quanto eu por ela, mas a marca negra em meu braço servia como um lembrete constante de que eu não poderia envolvê-la no que estava por vir. Ela ainda não sabia sobre a marca, e eu pretendia manter assim.

- Lunae, - comecei, parando de andar e me virando para encará-la. - Eu... Eu sei que você está tentando se afastar, e eu entendo.

Ela parou também, mas não me olhou nos olhos de imediato. Respirou fundo, como se precisasse reunir forças para o que vinha a seguir.

- Draco, - ela disse finalmente, levantando o olhar para me encarar. Seus olhos eram como sempre, intensos e cheios de algo que eu não podia evitar. - Eu só... eu ainda estou chateada pela forma como isso ocorreu. Tudo ficou tão... complicado.

Engoli em seco. Era exatamente o que eu temia, mas ouvir aquilo em voz alta era um golpe maior do que eu esperava. Eu não podia explicar a ela o que estava acontecendo comigo, nem o que eu estava enfrentando. A marca em meu braço queimava de vez em quando, um lembrete constante do caminho que fui forçado a seguir.

- Lunae, eu sei que as coisas ficaram confusas, mas... eu nunca deixei de me importar com você. - As palavras saíram com mais sinceridade do que eu planejava. - E eu sei que você ainda sente algo por mim também.

Ela desviou o olhar, mordendo o lábio inferior como fazia sempre que estava nervosa. - Isso é parte do problema, Draco. Eu me importo demais. E... eu não sei se consigo passar por tudo de novo, você me deixando de lado, escondendo coisas, mesmo agora é como se fosse não tivesse contando tudo e não posso lidar com isso, não com mentiras.

Eu sabia que ela estava certa. Ela sempre foi mais sensata do que eu, e talvez essa fosse sua forma de nos proteger. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia que deixar as coisas como estavam seria como desistir de algo que ainda tinha valor, algo que ainda fazia sentido, apesar de todas as adversidades.

- Eu não quero te pressionar, - eu disse, tentando manter a voz calma, embora por dentro tudo estivesse em desordem. - Mas eu preciso que você saiba que, independente do que está acontecendo, o que eu sinto por você não mudou.

Ela assentiu lentamente, finalmente voltando a me encarar. Havia uma mistura de emoções em seu rosto - confusão, tristeza, e algo mais que eu não conseguia identificar.

- Eu sei, Draco. - ela disse, a voz suave, mas firme.

Por um momento, o silêncio se estendeu entre nós, pesado e cheio de tudo que não podíamos dizer. Eu queria tanto protegê-la, mantê-la longe do perigo que agora cercava minha vida. Mas ao mesmo tempo, deixá-la ir parecia uma traição ao que ainda existia entre nós.