Deixe-os Comer Bolo

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"Apotecário! Apotecário! Venha rápido!" Um homem abatido batia furiosamente na porta do barraco.

Maomao, não parecendo satisfeita, rolou para fora da cama e abriu a pequena janela na entrada de uma forma que deixava claro que ela achava aquilo um incômodo. Um homem imundo de meia-idade estava do lado de fora — não era alguém que parecesse ter dinheiro. Ela estava prestes a fechar a janela e fingir que não tinha visto nada, quando:

"Eu sei que você pode me ouvir!"

Droga.

Ela não queria lidar com isso. Por que ele viria à loja dela, afinal? Ele provavelmente tinha vindo até Luomen alguma vez e dado um jeito de chegar ao coração dele até que alguma caridade aparecesse. Era por isso que seu pai nunca tinha dinheiro.

"O que aconteceu com o velho que costumava morar aqui?"

"Ele se foi. Foi procurar sua fortuna."

"O quê? Não me engane!"

O homem bateu com raiva na porta da casa em ruínas, mas Maomao apenas lhe lançou um olhar frio. Ela até se viu grunhindo "Urgh", um tanto contra a sua vontade.

"Você deveria estar administrando uma farmácia! Você não tem remédio?"

"É, estou administrando uma, sim. Como um negócio! Isso significa que o dinheiro fala." Maomao dificilmente teria aversão a ver o homem caso ele tivesse dinheiro — mas ele não parecia estar ali com esse tipo de boa-fé.

"Você tiraria dinheiro dos pobres e necessitados?!"

"Se você não pode pagar, então fique longe. É porque gente como você que fica fuçando por aí que eu tenho que viver neste barraco." Maomao deu uma boa pancada na porta para assustar o homem.

Chou-u se escondeu atrás dela, segurando uma panela de sopa e uma concha. Se algo acontecesse, ele as bateria para fazer o máximo de barulho possível. Ele podia ser insolente, mas tinha uma cabeça decente sobre os ombros. O barulho seria alto o suficiente para trazer alguém da Casa Verdigris.

O visitante, no entanto, ficou em silêncio. Maomao odiava esse tipo de gente. Se as pessoas pensassem que você daria doações a elas, elas não hesitariam em tirar vantagem de você. O rosto sujo do homem se abriu em uma carranca quando viu que Maomao não iria ceder. Ele se encostou fracamente na porta.

"Se é dinheiro que você quer, eu pago. Não imediatamente, mas juro que pago. Então, por favor, venha ver... Minha filha..."

A velha manobra de cair em prantos. Legal. Ainda assim, o homem estava sentado ali com a cabeça baixa, sem mostrar nenhum sinal de movimento. Agora não podemos mais sair pela porta. Maomao pensou.

"Ei, Sardenta..." Chou-u, ainda segurando os utensílios de cozinha, estava olhando para ela.

Isso é ridículo. Maomao pensou. Mas apesar de sua frustração, ela pegou um pincel da mesa e o mergulhou em um pouco de tinta. Ela abriu um armário velho e surrado, revelando um maço de papel e algumas tiras de madeira. Ela pegou uma das tiras e rabiscou algo nela, então a jogou no homem.

"Você consegue pelo menos escrever seu nome?"

Depois de um momento, o homem disse: "Não... eu não consigo."

"Imaginei que não." Em seguida, ela jogou uma faca para ele. "Use isso para deixar sua marca. Só seu polegar já basta."

O homem olhou de soslaio para a tira de madeira, mas não conseguiu ler o que estava escrito.

Diários de uma Apotecária (Kusuriya no Hitorigoto) Light Novel 5Onde histórias criam vida. Descubra agora