A Capital Ocidental - Segundo Dia

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No dia seguinte, Maomao se viu convocada por ninguém menos que Lahan.

"É verdade, é verdade, eu esqueci de mencionar." Disse o homem com olhos de raposa e cabelo desgrenhado ao tomar um gole de chá. Ao lado dele estava sentado o gentil Rikuson. Eles estavam em uma área pergolada da mansão. O oásis próximo ao local tornava o lugar arejado e fresco. A casa inteira parecia construída para maximizar a climatização. "Fui ordenado a vir aqui por uma série de razões. Digamos que possuo algumas questões comerciais para resolver."

Todos tinham seus talentos, Maomao supôs, e era esperado que Lahan venha correndo sempre que números difíceis estejam envolvidos. Quanto ao motivo pelo qual Rikuson estava com ele...

"Meu superior não quer deixar a capital, então eu vim no lugar dele."

"Hum. Devo dizer que me parece um superior muito do inútil, senhor." Observou Maomao.

"Eu aprecio sua franqueza, Maomao, mas aqui e agora acho que um mínimo de discrição faz-se necessária." Aquilo rra um desses momentos raros: um comentário sério vindo de Lahan. De qualquer forma, Maomao havia entendido perfeitamente bem; tinha sido por isso que ela cuidou para falar num tom educado.

Depois de seu encontro com Basen e depois Jinshi, Maomao foi direto para a cama, pois já era tarde. Mas aparentemente todos os outros ficaram acordados, e os resultados não foram muito bons. Parece que tudo deu num grande problema, no entanto, Maomao fez o possível para ignorar. Ela ainda tinha marcas vermelhas onde Basen a agarrou e seu principal interesse no momento era se livrar delas.

Falando em Jinshi e Basen, eles tiveram uma reunião naquela tarde. Toda essa coisa sobre conduzir política durante o jantar e constantemente tentar sondar um ao outro parecia uma dor de cabeça enorme para Maomao. Já seria ruim o suficiente lidar com Gyokuen, que agora tinha uma imperatriz como filha, mas jogue forasteiros na mistura e o cenário só se tornou mais deprimente.

"Então, sobre o que você queria falar comigo?" Maomao perguntou.

"Sim, então." Lahan deslizou seus óculos pela ponta do nariz com o dedo indicador. Então ele tirou um pedaço de papel das dobras de seu manto. Era um cartaz de 'procura-se' bastante detalhado.

"Ahm..." A foto mostrava uma mulher, ainda relativamente jovem, com feições graciosas. Isso por si só a tornava um pouco diferente de muitas mulheres, mas o cartaz também trazia uma descrição mais detalhada: 'Olhos vermelhos; cabelo branco; pele pálida.' Aquilo restringia um pouco as possibilidades. Na verdade, Maomao só conseguia pensar em uma pessoa que se encaixava na descrição. "A Dama Branca? Fomos vê-la juntos."

"Sim, nós fomos." Lahan disse e a entregou um segundo pedaço de papel.

"Quem é esse?"

Outro cartaz de procurado, mas agora era de um homem. Infelizmente, uma ilustração nunca se assemelhava muito com a coisa real — e, de qualquer forma, Maomao raramente se incomodava em lembrar dos rostos de pessoas que não lhe interessavam. Resumindo, ela não tinha ideia de quem era o homem. Lahan alinhou os cartazes de procurado um ao lado do outro.

? Algo provocou as bordas da memória de Maomao, uma sensação de que talvez ela tivesse visto o homem em algum lugar.

"Encontramos esse homem há vários dias." Disse Lahan.

"Isso mesmo." Rikuson acrescentou, "Tenho certeza."

"Sir Rikuson nunca esquece um rosto."

"Talvez seja minha única habilidade." Ele disse modestamente.

Tudo bem, ele ainda não parecia exatamente adequado para o serviço militar. Mas dado que o estrategista excêntrico que servia como chefe de Rikuson não conseguia distinguir um rosto do outro, ter alguém com um talento como o de Rikuson por perto não faria mal. Aquele maluco com seu monóculo tinha um talento para julgar a utilidade de outras pessoas que parecia quase sobre-humano.

Diários de uma Apotecária (Kusuriya no Hitorigoto) Light Novel 5Onde histórias criam vida. Descubra agora