Diplomacia era algo bastante problemático. Por exemplo, você vai pra um lugar que leva mais de vinte dias para chegar, só para ficar lá por apenas cinco dias. Durante esses cinco dias, não havia fim para reuniões, cumprimentos e refeições, de modo que as pessoas importantes estavam constantemente ocupadas. Já Maomao não tinha esse trabalho para cumprir. Ela não podia exatamente fazer turismo, então estava pensando que talvez pudesse estudar as plantas no jardim. Foi quando alguém bateu à sua porta.
Quem diabos é agora?
Ela abriu a porta e encontrou uma mulher parada ali sorrindo. Maomao não sabia o nome dela, mas sabia quem ela era: a meia-irmã da Consorte Lishu. A comitiva necessária a cercava em ambos os lados.
"Posso ajudá-la, senhora?" Maomao perguntou educadamente, porém pensou: O quarto da Consorte Lishu é ao lado, vê se memoriza! Maomao era minimamente adulta o suficiente para guardar esse pensamento para si mesma.
A meia-irmã olhou para Maomao e então riu deliberadamente: "Pfft!" Alguém poderia perguntar o que inspirou uma risada tão irritantemente condescendente, mas parecia representar a avaliação geral da mulher sobre Maomao. "Eu simplesmente pensei em me apresentar." A mulher disse. "Como colegas de clãs nomeados, imagino que iremos nos ver novamente no futuro." Maomao sentiu seu rosto se mostrando enfurecido à menção de clãs nomeados. Ela odiava ser tratada como um membro da família La, mesmo que fosse apenas desta vez. Enquanto isso, a meia-irmã da consorte mirava a cabeça de Maomao. "Aquele hashi de cabelo que você estava usando ontem à noite era realmente lindo."
"Você acha? Infelizmente, não estou particularmente familiarizada com o valor dos objetos."
Era naquilo que estava a atenção dela? Essas princesas eram terrivelmente astutas. Maomao percebeu que se vendesse o hashi de cabelo, logo descobririam que tinha sido ela.
"Estou tão animada para descobrir o que você vai vestir no banquete desta noite!" A meia-irmã disse e, com um floreio, escondeu a boca atrás de um leque dobrável de penas de pavão e foi-se embora.
Isso não foi exatamente sobre se introduzir, mas sobre observar. Maomao pensou. Ela era uma das poucas jovens a acompanhar a expedição para o oeste. Embora, a julgar pelo jantar da noite anterior, a maioria das que estavam presentes esperavam se insinuar com Jinshi.
Observando a maneira como os quadris da mulher balançavam enquanto ela andava, Maomao concluiu que essa meia-irmã não se parecia muito com a Consorte Lishu. Se ela se parecesse, talvez Lishu tivesse se perguntado menos sobre sua ascendência. Ainda assim, se o Imperador realmente era o pai de Lishu, Maomao não conseguia deixar de se perguntar se ele não poderia ter encontrado uma maneira melhor de usá-la. Poderia ser malicioso da parte de Maomao, mas ela achava que provavelmente havia usos melhores para Lishu.
Agora, após ser ridicularizada logo pela manhã, Maomao estava no jardim na esperança de se sentir melhor. Um jardim, alimentado por um oásis tão importante, era uma demonstração de poder nesta terra seca. Mas Maomao suspeitava que não era uma construção totalmente frívola — o pai da Imperatriz Gyokuyou não parecia o tipo de homem que se entregava ao luxo puramente pela ostentação. Uma lição que ele havia passado para sua filha, Maomao pensou ao se lembrar que Gyokuyou considerou o número e a qualidade das servas que lhe serviriam no Pavilhão de Jade.
E o que havia no jardim? Em um canto crescia uma planta estranha, diferente de tudo que Maomao já tinha visto. Não se podia dizer que tinha folhas ou caules. Quando ela a inspecionou de olhos arregalados, descobriu que tinha uma espécie de cera em sua superfície, como uma vela, e que estava coberto de espinhos estreitos. Parecia semelhante à babosa, mas em forma de leque. Muito intrigada, Maomao estendeu a mão para tocá-la.
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Diários de uma Apotecária (Kusuriya no Hitorigoto) Light Novel 5
RomanceTradução da LN5. Leiam o comentário após o prólogo ;)