O Banquete - Parte Dois

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"Ora, ora, o que fazer?" Lahan parecia completamente tonto enquanto deslizava os óculos pela ponta do nariz, pensando furiosamente. Para ele, o pedido de asilo político da emissária era provavelmente menos interessante de se considerar do que a melhor forma de fazer transações comerciais darem certo. Negócios significavam fluxo de dinheiro, fluxo de bens; era um mundo inundado de números, mas tinha que envolver algo atrativo para ele.

"Acho que você pode responder a essa pergunta melhor do que eu."

"Não importa o que façamos ou deixemos de fazer, não foi uma conversa fascinante? Oh. Ahem, mas sim, é claro que eu vou pelo menos concedê-la uma nova conversa. Presumo que esse seja o objetivo dela."

Ele faz parecer tão simples. Pensou Maomao. Insetos 'trazendo catástrofe' tinha que significar que era uma praga; disso ela tinha certeza. O aumento nos preços dos grãos significava que havia uma ameaça de haver fome. A emissária com quem eles falaram era de Shaoh. Mas havia a outra mulher, Ayla, que estava conspirando com o clã Shi. Evidentemente, Shaoh não era uma nação rígida e homogênea. Mesmo assim, um pedido de asilo político estava além de qualquer coisa que Maomao esperava.

Maomao não gostava de gastar seu tempo se preocupando com os problemas de outras pessoas. E quanto aos problemas de nações inteiras? Não conte com ela! Então por quê, por quê ela continuava se vendo envolvida em coisas assim? Eles poderiam ter trazido Lahan e deixado por isso mesmo.

Eu me pergunto se ela me reconheceu. Maomao ponderou. Ela indagou se a emissária percebeu que não era a primeira vez que se encontravam. O sol estava se pondo da última vez, mas elas se viram cara a cara. Mesmo que a mulher se lembrasse dela, certamente deveria haver outra maneira de fazer as coisas. Talvez ela só queria tentar mostrar algum tipo de conexão conosco. Se esse era o caso, então talvez Maomao falar sobre isso estava nos cálculos dela. Era um meio de alcançar outro objetivo. Contudo, Maomao não era de fofocas e jogos. Ela estava mais interessada em ver o que estava acontecendo no salão de banquetes. Por que sair para ter uma conversa secreta quando se cogita que existem ali personagens suspeitos à espreita? Quando eles voltaram, descobriram que a comida e a conversa haviam cessado completamente, e algo novo estava acontecendo.

"Isso também é um costume ocidental?" Maomao perguntou.

Havia música tocando, e homens e mulheres estavam de frente um para o outro, dançando juntos. Bem, se é que se pode chamar aquilo de dança. Não era uma performance como uma trupe de verdade faria. Eles estavam apenas girando pela sala no ritmo da música. Evidentemente, era por isso que os homens e mulheres tinham sido solicitados a vir em pares.

Eu tropeçaria nos pés de alguém antes que eu percebesse. Maomao pensou, confiante de que aquilo era uma coisa que ela absolutamente não queria fazer. Ela olhou para Lahan.

"Oh, não se preocupe. Eu sou péssimo nisso também." Graças aos céus eles tinham isso em comum pelo menos.

Enquanto olhavam ao redor, eles avistaram uma multidão que havia se formado. E quem estaria no meio dela senão um homem muito familiar e lindo? Jinshi estava cercado e exibia o sorriso celestial que Maomao já estava cansada de ver desde quando ele era supostamente um eunuco. Basen estava ao lado dele, mas franzindo a testa.

Má escolha de ajudante. Basen nunca seria de muita ajuda aqui. Ele recuava visivelmente de cada jovem mulher que se aproximava. Sabendo da força que tem, ele provavelmente está tão nervoso agora que não conseguiria dançar mesmo se o colocassem lá. Maomao esfregou o pulso que ele agarrou no dia anterior. Ainda havia leves marcas vermelhas em sua pele.

Diários de uma Apotecária (Kusuriya no Hitorigoto) Light Novel 5Onde histórias criam vida. Descubra agora