Cadellis Alpheus

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Capitulo 12

Cadellis Alpheus


Há duas coisas em que Deidara nunca acreditou durante sua curta vida; que conquistaria sua liberdade mais uma vez, e que Deuses existem. Principalmente sobre o segundo, levando em consideração que antes do sequestro, o seu povo não adorava nada, e durante seu cárcere, nenhum milagre parecia provável.

Então não é surpresa que Deidara não saiba como se comunicar com seres divinos, e por isso, ele foi direto na pergunta que mais lhe interessava: ­­­— Foi você quem criou os lobos como eu?

Os olhos sem cor de Karen o encararam em silêncio. Estar sob o escrutínio da entidade desconhecida é enervante, e Deidara se impediu de se contorcer. Mesmo que o semblante dela seja vazio, Deidara sabe que ela está o julgando, mas se era pela sua falta de decoro ou pelo seu passado, ele não faz ideia.

— Todos os Lobos foram criados através do meu espirito. — foi a resposta simples que ela ofereceu depois de um silencio incomodo.

— Mas como? Por que? Eu não entendo! — a voz de Deidara é ao mesmo tempo confusa e exigente.

Karen não se moveu. É antinatural permanecer por tanto tempo na mesma posição, contudo, deve ser isso o que significa ceder seu corpo a uma divindade. Um ser superior que se recusa a responder da forma que Deidara quer, o que talvez signifique que ele deveria falar com mais respeito, Deidara pondera. Ele deduz que seu tom impertinente não ajuda com a boa vontade da Deusa.

— Através da energia do luar, o pó de diamante se aglomerou na rigidez das águas glaciais do Sul; os Lobos Brancos são um resultado complexo desse amalgama. Não acredito que posso fazer o processo compreensível, a melhor forma de sintetizar esse acontecimento, é dizer que os Lobos nasceram de uma fusão de elementos naturais, todos esses componentes são conectados a mim. Sua essência, entretanto, não é minha, é uma desconstrução do corpo ao espirito, que evolui para uma consciência própria que vocês chamam de alma.

Deidara assentiu. Por mais que a Deusa tenha oferecido uma explicação bem detalhada, Deidara se sentiu incapaz de compreender, no final, como ele foi criado. Mas essa não é a sua única dúvida.

— Por que não ouvi falar de você antes?

No momento em que ele deu voz ao seu maior questionamento interno desde eu chegou a floresta, Deidara percebe que parece uma pergunta estupida e, ao mesmo tempo, desrespeitosa para se fazer a uma Deusa. Mas não há como apagar sua última fala ou voltar no tempo e se impedir de fazer a pergunta, então ele espera, meio impaciente, o espirito responder.

— Cada Lobo viveu de acordo com as condições locais onde foram criados, isto é, antes dos humanos os descobrirem e eles precisarem se mover por uma questão de sobrevivência. Lobos Brancos viveram em forma de Lobo a maior parte do tempo em que estive presente, e não presaram por guardarem registros, ou delimitar um local onde eu pudesse armazenar uma chama com parte do meu espírito, para continuar nossa relação próxima e especial, então o conhecimento se perdeu com o passar das gerações. Embora seja uma situação compreensível, não aceito que justifique, e me sinto insatisfeita com o desdém que os Lobos Brancos se portaram diante da minha benção e da minha boa vontade para com eles.

Deidara se envergonhou diante da bronca que a resposta da Deusa claramente era. Por mais que não seja culpa dele não ter crescido agradecendo a Deusa pelas benções do seu povo, ele tem responsabilidade em não ter se dedicado em saber mais sobre o espirito quando ouviu falar sobre ele pela primeira vez, a pesar de estar curioso sobre ela.

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