Silício

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Capítulo Dez

Silício


A senhora Mikoto o recebeu com a mesma expressão que ela adota sempre que Deidara está por perto.

Isso não o incomodava antes; em seus pensamentos, sua estadia nesta floresta tinha os dias contados. Porém, diante da expectativa de um acasalamento completo, inesperadamente, neste encontro, Deidara está ansioso sobre como mudar a relação inexistente com sua sogra antes rejeitada.

— Por mais que a liderança da matilha seja repassada do Alfa atual para seu herdeiro Alfa, isso pode ser mudado quando os integrantes da matilha julgam que a liderança não é satisfatória, ou quando alguém acredita ser mais competente e desafia o atual Alfa, ou quando todos votam para que ele seja deposto. Para que isso não aconteça, é imprescindível que o Alfa dedique o seu melhor em cuidar do seu povo. — ela se virou e fez um gesto para que Deidara a seguisse.

Ambos saíram da tenda. Se esforçando em ser o mais obediente possível, Deidara a seguiu sem fazer perguntas, mesmo que estivesse se corroendo em curiosidade.

— Certamente, não há como saber quando, ou se, encontraremos nosso companheiro, por isso, geralmente os pais escolhem o melhor par para acasalar com seu filho, ensinando-os para atingir o desempenho esperado. — eles seguem para o centro da Aldeia. Mikoto não olha para ele, mas seu tom está enredado de menosprezo que Deidara sabe ser para sua persona. — Os requisitos são seguidos rigorosamente. O par precisa ser próximo dos membros do conselho, é necessário que seja apto em auxiliar na tarefa de liderar a alcateia. Essa pessoa é alguém consciente da política dentro da matilha, o povoado tem que ter estima por quem será o segundo líder, e isso é imprescindível, pois o povo costuma conspirar contra seus líderes quando não aprovam este.

Após alcançar a primeira tenda, eles continuaram a caminhar. Deidara sentiu seu estômago afundar. Se no início ele acreditou que ela iria ensinar mais sobre os costumes da vila, agora está dolorosamente óbvio que Mikoto está expondo sua opinião desfavorável sem qualquer discrição. Não é preciso outras palavras para Deidara saber que Mikoto jamais o escolheria para Itachi se o destino não tivesse imposto isso para a família dele. O porquê do semblante dela para sua pessoa está clara agora.

— Antes que o destino... — ela o olhou com desdém mal disfarçado. —...Presenteasse Itachi com quem acredita ser o seu companheiro, a escolha perfeitamente adequada para o Alfa era Uchiha Izumi, pois ela é sobrinha-neta do ancião Ashura e sua família a criou muito consciente da política interna da matilha, contudo, tendo em vista as mudanças impostas ao nosso ciclo, agora terei de ensiná-lo para que você esteja ao menos ciente do que significa ser a Cadela Alfa, mesmo que nunca alcance o nível dos outros membros desta vila.

A predileção pela antiga pretendente do seu companheiro está escrachada, contudo, Deidara não sorveu das pequenas doses de veneno que a outra ômega cuidadosamente espalhava, não. O que chamou sua atenção foi o nome da outra ômega que quase experimentou do seu Itachi.

Uchiha Izumi.

Deidara nunca perguntou o sobrenome dela, não que precisasse, visto como ela é parecida com o resto dos Lobos Negros, sendo culpa do seu achismo ter concluído erroneamente que ela era prima, ou algo assim, de Itachi, então, o sobrenome não o surpreendeu. O fato é que ele conhece o efêmero par perfeito, afinal, ela foi designada para cuidar de todas as suas necessidades desde que ele chegou.

Saber que a mulher que foi prometida ao seu companheiro tinha acesso tão livre sobre si, sem que ele nem imaginasse esse contato anterior, fez com que arrepios subissem pela sua espinha. Ela teve passe livre para prejudicá-lo como quisesse, e com certeza ela deve ter tentado sutilmente afetá-lo.

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