Conforto

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NOTAS DA AUTORA

Ola. Vou aproveitar essa quarentena para trabalhar nas minhas fics, porém não sei se vou conseguir atualizar porque estou sem Beta, infelizmente.

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Capítulo X
Conforto

Após deixar o campo aberto, Itachi, segurando firmemente a mão de Deidara, o direcionou para a floresta. Por causa do caminho estreito, o Alfa tomou a dianteira e usou suas mãos dadas para orientá-lo. Entre os dois havia apenas o silêncio e os sons da floresta, o que, junto ao barulho das folhas sendo esmagas a cada um dos seus passos, ajudou a acalmar o coração de Deidara. O calor transmitido da pele da mão do alfa se alastrou por todo o seu corpo, ameaçando o dominar por completo. Ao mesmo tempo em que esse sentimento quente o confortava, também o confundia.
Naquele momento era difícil saber o que estava acontecendo dentro dele, principalmente o que é esse calor em seu peito. Se Deidara fosse sincero consigo mesmo, ele teria uma ou duas teorias acertadas sobre o que é essa reação, mas ele não poderia se dar ao luxo de analisar sentimentos que só atrapalhariam seus planos. Por tanto, ele decidiu ao adentrarem na tenda, que essa confusão sentimental causada por uma ligação idiota decidida por seja lá quem, não era importante para ele. Itachi não teria conhecimento de seus verdadeiros sentimentos ou de suas dúvidas, então Deidara estaria livre para fingir não saber nada sobre eles, também.
Sendo assim, Deidara soltou a mão do moreno, sentindo a perda do calor confortável imediatamente. Virando-se de costas para a entrada da tenda, o loiro ficou em frente da cama, subitamente lembrando que eles dormiriam juntos ali, e essa constatação fez o loiro tremer de forma quase imperceptível. A sensação de ter o corpo do alfa contra o seu, o segurando a noite toda, seria tão acaleantador, confortável e seguro como a mão dele foi? O desejo de deitar e se aconchegar era quase doloroso de tão intenso.
Lutando contra sua vontade ardente de ceder que ameaçava dominá-lo, o ômega passou a pensar freneticamente em como evirar ter contato físico com o Alfa na cama; mesmo admitindo a si mesmo que seria basicamente impossível não tocar outra pessoa em um espaço tão limitado. No bem da verdade, ele já estava prevendo o quanto as próximas noites seriam longa e mal dormidas.
- Mandei prepararem o banho. - o Alfa disse, despertando-o da sua lamentação interna.
Ele havia se afastado do loiro e Deidara passou a estar consciente dos passos do outro lobo se movendo pela tenda, porém fingiu continuar perdido em pensamentos, observando a cama. Ele ficou em silêncio por um tempo, provavelmente estava esperando a sua resposta, mas Deidara se manteve calado.
- Irei me lavar. - Itachi voltou a dizer e se afastou. Pelo barulho da água se agitando, o alfa já estava ao lado da enorme bacia. - Caso queira, pode vir, também.
Um farfalhar de roupas chamou a atenção de Deidara. Sem conseguir resistir, ele virou levemente o rosto, olhando para o alfa se despindo.
Itachi, por outro lado, não se importava de ser observado. Na verdade, ele estava deliberadamente provocando o ômega. A intenção do Alfa era justamente acender o desejo - e não somente o sexual - que ele sabia estar se alastrando pelo seu companheiro. Seja lá o que Deidara estivesse pensando toda vez que ele fazia aquela expressão calculista, Itachi se manteria calado e observador, ao mesmo tempo em que estimularia a ligação. Não que o Alfa quisesse uma relação firmada apenas pela conexão pré estabelecida entre eles, mas ele com certeza iria usá-la e explora-la afim de abrir o maior caminho possível para que Deidara se tornasse menos arredio e deixasse Itachi ama-lo.
Completamente nu, o Lobo Negro retirou a fita que prendia seus cabelos. Os fios negros balançaram, livres, cobrindo toda a pele alva das suas costas. Sabendo o quão bonito é, Itachi utilizou de leveza e graciosidade, ações contrárias ao que erroneamente se atribui a Alfas, para entrar na enorme bacia e se abaixar na água quente, mergulhando todo o corpo em seguida.
Ao emergir, soltou um suspiro de deleite. Depois de um dia inteiro resolvendo problemas pela aldeia e floresta a fora, além das preocupações pelos cientistas rondando as suas terras procurando pelo seu recém encontrado companheiro, Itachi estava exausto e precisava de um bom banho para relaxar. Ciente dos olhos azuis atentos focados nele, o moreno pegou o pequeno sabonete de ervas e passou a se lavar. Seus gestos foram lentos e dolorosos até para si mesmo. A expectativa e a atenção recebida em um momento íntimo era um combustível e tanto, então era impossivel para Itachi não se sentir excitado.
Já o outro ocupante da tenda se encontrava hipnotizado. Era quase como se Deidara não pudesse controlar seu corpo que cada vez mais se movia em direção da banheira e, consequentemente, de Itachi. Suas pernas se mexiam praticamente por instinto; passo após passo, o ômega se aproximou mais e mais da bacia, parando somente quando já estava ao lado dela, olhando fixamente para toda a extensão da pele alva de Itachi que seus olhos poderiam alcançar.
- A água está aquecida, - Itachi jogou um pouco de água sobre o ombro fazendo a pele branca corar. Inconsciente, Deidara suspirou tremulo. - E a bacia é grande o suficiente para caber nós dois.
O ômega pensou seriamente em entrar na banheira, não porque precisasse de outro banho, por já ter se lavado pouco antes do conselho iniciar, e sim para olhar ainda mais de perto o corpo do seu companheiro. Como alguém poderia ser tão lindo? O Lobo Branco nunca imaginou como eram as pessoas fora do seu cárcere - e os cientistas que não eram horrorosos na aparência, eram no caráter - mas mesmo que tivesse, a sua imaginação nunca faria jus a beleza do Alfa. Entretanto, estar nu junto ao seu companheiro cercado pelo cheiro dele e com uma sensação incrível da água quente não ajudaria a manter Deidara racional, então com muita tristeza ele respondeu:
- Não é preciso, eu já me banhei mais cedo. - e voltou para a cama sem esperar o moreno responder.
Deidara também não esperou Itachi sair do banho; deitou-se no lado direito da cama, bem próximo a beirada, e se encolheu o máximo que suas longas pernas permitiram. Itachi, ao se colocar no lado do ômega para dormir, virou-se de costas para o loiro e não voltou a aproximar.

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