15. 赤

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Após aquela conversa descontraída e o novo começo que haviam decidido criar, Heeseung e Jake começaram a se reaproximar de forma quase instintiva. Como se o fardo do passado tivesse finalmente se dissipado, a barreira invisível que antes os separava foi quebrada, permitindo que ambos seguissem um caminho em que a convivência era mais leve. Cada dia que passavam juntos parecia iluminar uma nova faceta da relação. Heeseung, com seu jeito introspectivo, começou a enxergar em Jake algo além do óbvio. Não era só a simpatia ou o sorriso cativante, mas a autenticidade com que Jake enfrentava o mundo e sua própria vulnerabilidade. A simplicidade com que ele enxergava a vida era um contraste tão poderoso ao luxo opulento que envolvia Heeseung, e isso o fazia admirá-lo ainda mais.

Por sua vez, Jake sentia uma paz inexplicável ao lado de Heeseung, uma tranquilidade que ele nunca tinha experimentado antes. As conversas entre eles fluíam naturalmente, sem esforço, mas era nos silêncios compartilhados que Jake encontrava o maior conforto. Ele percebia como, mesmo quando palavras não eram ditas, Heeseung o compreendia, como se tivessem desenvolvido uma conexão tão profunda que transcendia a necessidade de explicações. Jake nunca havia se sentido tão em paz, especialmente em meio a realidades tão opostas. A mansão dos Lee's era um lembrete constante de tudo o que Jake costumava rejeitar, mas ao lado de Heeseung, tudo parecia diferente. Era como se as paredes douradas daquela vida luxuosa perdessem seu peso e ele pudesse, enfim, respirar.

Foi em meio a essa nova calmaria que Heeseung soube que o aniversário de Jake se aproximava. Não era algo que Jake comentaria, o tipo de evento que ele preferia ignorar, mas Heeseung descobriu por acaso. A ideia de preparar algo especial para Jake fez seu coração acelerar de uma maneira que ele não sentia há tempos. Mesmo sabendo que o outro não apreciava grandes gestos ou festas extravagantes, Heeseung queria fazer algo que mostrasse o quanto Jake era importante para ele. Ele queria que Jake soubesse o quanto sua presença havia transformado sua vida.

Decidido, Heeseung optou por algo simples: um piquenique em uma praça discreta, não muito longe da mansão. Um local onde o luxo e o glamour da sua vida cotidiana não interferissem, onde Jake pudesse relaxar sem sentir o peso da "grandeza" que tanto o incomodava. Heeseung sabia que Jake não gostava dessas "coisas espalhafatosas de rico", como costumava dizer, e isso o fazia amá-lo ainda mais. Admirava a franqueza com que Jake encarava o mundo e, especialmente, o modo como nunca deixava de ser gentil com ele, apesar de tudo o que o separava dessa classe que Jake desprezava.

Os preparativos para o piquenique foram cuidadosamente planejados, mas discretos. Heeseung não queria que Jake desconfiasse de nada. Organizou tudo em segredo enquanto Jake estava distraído com outras tarefas, garantindo que a surpresa fosse completa. A escolha dos detalhes, desde a comida até o local exato, era um reflexo do quanto Heeseung gostava de Jake. Ele queria que Jake se sentisse especial, amado de uma forma que talvez nunca tivesse experimentado antes. Porque, para Heeseung, era isso que Jake representava: um amor puro e inesperado que invadira sua vida e mudara tudo.

Nos últimos meses, Heeseung havia refletido muito sobre as mudanças que Jake trouxera consigo. Ele sempre temeu mudanças, acreditando que eram sinônimo de incerteza, mas Jake lhe mostrou que, às vezes, mudar era a única forma de evoluir. Heeseung sentia-se grato, quase abençoado, por ter encontrado alguém como Jake. Embora amasse sua família e seus amigos, Jake ocupava um lugar único em seu coração. Ele era diferente. Possuía uma força silenciosa, uma pureza escondida sob a pele de um homem que já havia sofrido muito.

Jake era como uma joia rara, protegida por uma casca dura, construída para evitar mais dores. Mas Heeseung foi o primeiro a atravessar essa barreira, a alcançar o coração vulnerável que Jake mantinha escondido de todos. No centro desse homem complexo, Heeseung encontrou um Jake que temia a solidão, que desejava ser compreendido, mas que, ao mesmo tempo, afastava aqueles que tentavam se aproximar. Foi um privilégio derrubar os muros que Jake construíra e conhecer a verdadeiro pessoa por trás deles.

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