Quando eu saio a andar
Assim sem parar
Acabo chegando em qualquer lugar
Eu penso em morrer de novo
Então penso que talvez a vida
Me reserve algo novo
E desisto de ser
Só mais um bicho mortoEu penso nos meios
E corro pros fins
E no caminho
Uma pedra
Uma montanha
Uma caverna
Um eco
Se repetindo
Repetindo
IndoEu lembro que
Estou em pedaços
E em lugares quaisquer
Estão meus cacos
Que foram por mim
Perdidos
Que foram de mim
Tomados
Quando eu os quero
Encontrados
Devolvidos
Pra me consertar
Pra me ter de volta
E ser todo só meu
Que eu hoje me desconheçoEu penso em você
E você e você e você
Tudo que devia calar
Tudo que deixei de dizerQuando eu saio a andar
Não penso em parar
Eu penso em sangrar de novo
E em não sangrar nunca mais
Eu tento encontrar motivo
E mesmo quando não há
ProssigoEu sinto o mar
Eu sinto o sol
Eu sinto o asfalto
A areia, as luzes
O vento
eu sinto
Muito