A ponta do lápis parece sólida
Quieta
Com ela escrevo minha solidão
Mas ali, invisível aos olhos,
Que vêem mas não enxergam,
Ao coração
A que os tolos
Atribuem tal função
E ao cérebro até mesmo
Ininteligível
Por vezes na imaginação
Ali, onde mesmo os
Microscópios podem ser inúteis
E apenas os físicos não são cegos
Movem-se constantemente
Movem-se tão rápido quanto se pode ir-chegar
Movem-se a todo momento
Movem-se não ali apenas
Mas em todo lugar
Mesmo na minha pele
Nos meus músculos e ossos
Que sustentam
Cada um de meus movimentos
Tangíveis
Na madeira revestindo o grafite
No papel marcado de símbolos cinzentos
Momentum
Partículas intocáveis
Que nós tocamos
Que tomamos, comemos
E somos
Como o meu pulso
Que palpita ritmado
A quântica poeira pulsa
Muito mais rápido
E mesmo que isso seja
Muito muito pequenino
A verdade é que
Diante disso
somos mais
Que menores, ínfimos