De noite, quando todos estavam reunidos no centro da Clareira e com tochas em mãos, Alby deu o sinal e atearam chamas na fogueira. Os garotos comemoraram, bebiam e se alimentavam de espetos de carne de porco que Caçarola havia preparado mais cedo. A jovem estava ainda confusa e com medo, mas dando o melhor de si para se enturmar, aliás, não poderia lidar com tudo aquilo sozinha.
— Experimenta isso. — Newt a entregou um copo com bebida e sentou-se ao seu lado no banco de madeira.
— O que é isso?
— Receita do Gally.
A morena bebericou do líquido destilado e fez uma careta engraçada, balançando a cabeça em desaprovação, querendo cuspir aquele troço no chão.
— Vem cá, vou te apresentar pros Corredores. — O loiro se levantou do banco onde havia acabado de sentar e levou Prim até Minho e seus prestadores. Eles pareciam analisá-la de cima a baixo, julgando sua aparência única. A garota era muito bonita, havia um corpo escultural, havia desenvolvido rápido, e aquilo era preocupante para quem estivesse disposto a protegê-la de um bando de plongs pervertidos.
— Sou a Prim! — Tomou coragem para enfrentar o silêncio e os rapazes riram.
— Sou o Minho e esse é meu chapa Ben. — O loiro alto e magro a cumprimentou com um abraço inesperado, a fazendo retroceder bastante envergonhada.
— Como faço pra virar uma corredora?
Um silêncio se alastrou por segundos até os garotos caírem na risada, zombando daquela pergunta estúpida.
— Nem ferrando, novata, você não vai ser uma corredora. — O asiático cortou seu barato.
— Por?
— Primeiro que você chegou aqui hoje, segundo que não estamos precisando e terceiro... Você é uma garota.
— Por que sou uma garota significa que não sei correr?
— Significa que não saberá pra onde ir.
— Se você soubesse, todo mundo já teria ido embora daqui.
— Calem a matraca, seus trolhos! — Alby interrompeu revirando os olhos — Hora de dormir, mértilas, já chega! Apaguem a fogueira. Você, vem comigo. — Alby apontou para a menina, que imediatamente se recompôs. Newt parecia aliviado, pela primeira vez, a regra da primeira noite no amansador seria quebrada.
Antes de começarem a festa na fogueira, Alby havia conversado com Ben e Minho na sede para que ambos dividissem um quarto e deixassem um disponível para a garota, e depois de muita luta, cederam ao pedido. O líder explicou que era arriscado que ela passasse as primeiras noites entre os demais, então, um dormitório na sede ja garantiria sua segurança no início. No final da comemoração, apresentou a estrutura principal e explicou sobre a questão do quarto individual.
— Por que ninguém me leva a sério quando digo que quero ser uma corredora, Alby? — A garota mudou de assunto enquanto abria a porta do cômodo onde ficaria.
— Você tá realmente ficando louca, novata. Ouça. — O líder fez um sinal para que ela ficasse um pouco em silêncio e ouvisse os rangidos e gemidos assustadores que se escondiam atrás das paredes gigantescas. Rapidamente, a garota entreabriu a boca abismada com os sons aterrorizantes, desacreditada do que acabará se ouvir.
— O que é isso?
— Chamamos de verdugos. São criaturas que saem durante a noite no Labirinto, parecem besouros gigantes e eletrônicos, é difícil explicar. Mas são extremamente perigosos. Ninguém sobrevive a uma noite no labirinto.
— E... e eles não passam pra cá? — Questionou curiosa.
— Não, as portas do Labirinto fecham quando o sol de põe e abrem quando amanhece, também mudam de lugar durante a noite.
A morena mordiscou o lábios extremamente incrédula com aquela informação. Tudo aquilo era uma loucura, bichos eletrônicos, muros que se movem, Labirinto sem fim, novos cobaias todo mês... definitivamente assustador.
— Boa noite, trolha. — O rapaz afrodescendente a deixou sozinha no quarto e fechou a porta. O lugar era um cubículo, com uma janelinha empoeira e quase cinza de tanta sujeira, cama de solteiro e trouxa de roupas novas para colocar no guarda-roupa. Antes de deitar no colchão para tentar dormir, retirou a roupa amarrotada que estava vestindo e se assustou quando um objeto atingiu o chão. A menina franziu o cenho, apanhando o que parecia ser um colar feito por uma tira de couro e um anel de prata como pingente. Na extremidade do anel, um "R" estava gravado.
— R...? Quem é R?
Para estar ali consigo, parecia ser especial e significativo, mas nada vinha em sua cabeça. Prim, odiava não lembrar de nada, provavelmente se martirizaria durante muito tempo por aquilo. Então, finalmente descansou, se permitindo ter uma noite digna de sono mesmo habitando aquele lugar fétido e misterioso.
[...]
Quando o sol raiou pelas frestas da janelinha pequena, Newt deu algumas batidinhas na porta, aguardando uma resposta. Então Prim, já desperta e terminando de colocar as madeixas claras no lugar, abriu.
— Bom dia, New!
— Teve uma boa noite? Geralmente não acordam de bom humor por aqui.
— Olha o que achei! Encontrei no bolso da minha calça, é um colar. Não sei o que significa, mas tem um "R" gravado ao redor.
O loiro estava maravilhado com o colar pois era a primeira vez que um clareano subia para o labirinto com algum objeto. Antes que ela pudesse dar continuidade ao assunto, Minho passou pelo corredor da sede; Estava utilizando uma espécie de mochila amarrada ao tronco, parecia que iria logo cedo para o labirinto. Quando o viu, revirou os olhos e cruzou os braços.
— Bom dia pra você também, chatinha. — O asiático gargalhou e deu um tapinha nas costas de Newt, deixando o dormitório para explorar o Labirinto.
— Tá rolando um clima? — Newt questionou, incrédulo com aquela troca de farpas.
— Só se for o clima de funeral que vai ter já já quando eu colocar minhas mãos nesse fedelho.
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𝐑𝐄𝐕𝐄𝐍𝐆𝐄 | The Maze Runner (GRAPHICS EM REFORMA)
أدب الهواةㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ 「 𝗥𝗘𝗩𝗘𝗡𝗚𝗘 」 ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ ㅤㅤ © lovelyclwb ㅤㅤ 𝐄𝐌 𝐔𝐌 𝐌𝐔𝐍𝐃𝐎 𝐃𝐈𝐒𝐓𝐎́𝐏𝐈𝐂𝐎 𝐎𝐍𝐃𝐄 ──── Prim foi a primeira garota a ser levada para a Clareira...