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Mesmo com todos estranhando o fato do novo garoto ter chegado com apenas três dias de diferença de Prim, precisavam manter as mesmas regras de sempre, então não foi diferente com Thomas. Tudo o que explicaram para a garota, explicaram para ele também durante toda a tarde, e por incrível que pareça, ele parecia um pouco mais assustado do que a menina havia ficado. Alby mandou prepararem a lenha para montar a fogueira de noite e Gally passou os ingredientes para Caçarola preparar sua receita venenosa em formato de bebida alcoólica. Enquanto alguns trabalhavam, Thomas estava sentado com Chuck em cima de um tronco cortado e Newt estava lutando contra um outro a machadadas.
— Ei, Tommy... tá tudo bem? — Prim sentou ao lado do rapaz moreno e de nariz anguloso, passando a mão em seu ombro. Ele balançou a cabeça positivamente em resposta e direcionou o olhar para ela.
— Tá sim. — Respondeu com um riso e engoliu seco, brincando de forma hiperativa com os próprios dedos, estagnado em alguma palavra que não ousara sair de sua boca. — Nunca... nunca tentaram sair daqui? — Ele questionou.
— Cara, tudo o que você imaginar nós já tentamos. — Newt deu de ombros enquanto respondia ao questionamento e tentava cortar o tronco de madeira.
— E se escalassem? Não sei, vai que funciona.
— As heras não chegam até lá em cima. E se chegassem, o que faríamos?
— E se tentarem voltar com a Caixa?
— Também já tentamos, várias vezes, a Caixa não desce enquanto tiver alguém em dentro.
— E... e se...
— Trolho, nós já tentamos de tudo, sério. A única forma de sair daqui é pelo Labirinto.
Thomas começou a mover a perna enquanto batia incessantemente o pé no chão, inquieto. Prim apoiou a mão em sua coxa e dispôs uma carícia como se naquele gesto houvesse algum pedido indireto para que ele se acalmasse. Mas Tom levantou do banco, pegando um machado e ajudando Newt com o tronco de árvore, enquanto Chuck permanecia sentado, vidrado na garota de olhos azuis.
— Prim, pode pegar um pouco de fertilizante? — Pediu o garoto loiro, então ela apanhou o balde de fertilizantes e assentiu com a cabeça.
— Eu vou junto! — Thomas largou o machado preso ao tronco e pegou um outro balde, seguindo caminho com a garota para a floresta, onde se enfiaram entre as árvores grandes que cessavam a luminância do sol.
— Você tá com medo, Tommy? — Indagou a morena em questionamento.
— Morrendo de medo, e você?
— Um pouco... mas, de alguma forma, você me deixa mais tranquila e eu não senti isso com ninguém. Talvez seja por dó! — Soltou uma risada espontânea.
Thomas largou o balde no chão e sentou debaixo de uma árvore, apoiando as costas no tronco. Não sabia o motivo do seu coração ter disparado com aquela frase, então murmurou.
