• 22

6 0 0
                                    

Saio do trabalho mais cedo que o normal para ir ao encontro com Rose Bowen. Enquanto percorro o interior do prédio da TecRate, me aproximando da saída do prédio, resolvo abrir o documento que passei para o meu celular. Mal posso esperar para ver o que tem naqueles arquivos.

Examino o documento com calma. Todas as vítimas do bot sofrem de amnésia seletiva. Eles se lembram das suas vidas até o momento que alcançaram o sucesso. E nenhuma das vítimas entrou com um processo contra eles ou falou algumas coisa sobre sua condição. Sei que o Louis não os pagaria para ficarem quietos. Sem contar que não tem nada sobre isso no relatório.

Me questiono sobre tudo isso. A menos que os culpados estejam esperando o momento certo para expo as vítimas ao público e conectá-las ao Chitter. E que forma poderia ser melhor de desencadear uma reação em cadeia de choque do que ter o próprio Louis como vítima?!

Fico perdida em pensamentos. Preciso descobrir o motivo do crime e assim que o tiver, vai ser fácil encontrar o culpado. E agora, mais do que nunca, tenho certeza de que é alguém próximo de Louis. 

O ódio é o que motiva a maioria dos atos perversos. 

Preciso me aprofundar mais uma vez na biografia dos parceiros de Louis. Deve ter algo relevante.

Finalmente chego à saída principal dos escritórios da TecRate. E por mais que esteja ansiosa para o encontro com Rose Bowen, preciso me preparar para isso. Assim que o carro de aplicativo chega, vou direto para meu apartamento e durante o trajeto leio e releio todo o documento, procurando algo que ainda não tenha visto.

O trajeto passa rápido e logo chego em casa. Após um banho demorado, vou direto até meu armário para me trocar. Rose Bowen é uma artista pop famosa que sofre de amnésia. Pelo que ouvi falar, ela é super estilosa. Analiso minhas opções de roupa na esperança de encontrar algo que Rose se identificar comigo.

Depois de um longo tempo percorrendo os cabides, visto um conjunto branco com detalhes em flores vermelhas, coloco alguns acessórios dourados e pego uma bolsa vermelha. Demoro um pouco para terminar de me arrumar e ao chegar na sala, encontro as chaves do carro de Amber na mesa. Decido usar o carro dela para facilitar tudo o que preciso fazer.

Estou prestes a ligar o carro quando recebo uma ligação do escritório.

- Ei, Willa. - digo ao atender.

"Oi. Onde você está?" - Willa parece apreensiva. - "A Lily quer vê-la imediatamente."

- Ah, nossa! Sinto muito, mas precisei sair às pressas.

"Por quê?"

- Fiquei gripada. - invento uma desculpa rápida e começo a fingir uma tosse, respondendo com uma voz doente. - Deve ter alguma coisa no ar.

"Está bem, vou dizer para ela. E vá ao médico!"

- Sim, obrigada.

Respiro fundo ao desligar ao telefone e tento me concentrar no que preciso fazer. Então sigo em direção ao estúdio de Rose Bowen. Ser chama pela Lily, a rude, não me incomoda. Há coisas muito mais importantes para cuidar.

Sem trânsito na cidade, dirijo tranquilamente ao encontro de Rose Bowen. Quando chego no estúdio, sou recebida por uma cuidadora que permite minha entrada. O estúdio tinha uma decoração boho com tons terrosos e extrema elegância. 

Ao entrar na sala de estar, encontro a mulher com traços orientais, de cabelos compridos no tom rosa bebê. Seu vestido azul com detalhes dourados contrastavam de forma desastrosa com os acessórios que usava. Rose está sentada em frente a uma televisão grande, assistindo aos seus vídeos de sucesso no YouTube.

A Espiã - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora