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Depois de um longo dia no mar. Mal volto ao meu apartamento e já pego o celular. Faz tempo desde que falei com o Jeffrey e preciso por a conversa em dia. Digito o número dele e espero atender.

"Agente..." - Jeffrey diz.

- Olá! - digo entusiasmada.

"Você parece feliz."

- Acabei de voltar de um cruzeiro. - respondo.

"Pegou algum peixe?" 

- Engraçado você dizer isso... - respondo. - O Louis disse que o ataque DDoS foi feito por hackers russos. Eles ainda estão tentando descobrir que os contratou. 

"Espero que consigam descobrir. Mas o que está achando de Seattle? Está tudo bem aí?" - Jeffrey questiona.

- Sim. Fui a um clube de BDSM local com a minha querida vizinha Amber.

"Como todos fazem, com certeza." - Jeffrey parece confuso do outro lado do celular.

- Não se preocupe. Você receberá um relatório completo sobre essa visita. - digo.

"Parece que você e a Amber estão se dando bem."

- Digamos que eu apelo pro lado excêntrico dela.

"Bem, obrigada por me atualizar, a gente. Acredito que você saiba o que está fazendo." - Jeffrey parece desconfiado. - "Não suma."

Tanto a ligação quanto o meu dia terminam muito bem. Deixo minhas coisas na sala e vou diretamente para o banheiro, onde tomo um banho quente e demorado. A água quente do chuveiro relaxa meu corpo por completo, tirando todo o cansaço aos poucos.

Quando deito na cama, parece que esse não foi exatamente o fim do meu dia. Embora meu corpo esteja implorando para descansar, minha mente tem vontade própria. Quem está tentando acabar com a TecRate? E o que aconteceu com Tiana Gallaway?

Minha cabeça roda com tantos pensamentos, mas me dou conta de que ficar deitada na cama pensando sobre isso obsessivamente não irá resolver o caso. A única coisa que me tranquiliza é saber que pelo menos o relatório interno foi encontrado e nele deve conter informações interessantes.

Com esse pensamento reconfortante, minha mente relaxa lentamente... e então meu celular toca. Quando olho para a tela, é o Philip. Reviro meus olhos e sei que irei surtar se ele estiver me ligando para conseguir o número da Amber.

- Oi, Philip. E aí? - questiono ao atender o celular. 

"É o Louis..." 

- O que tem o Louis? - a preocupação é evidente em minha voz enquanto me sento de pressa na cama. 

"Aconteceu uma coisa com ele..." -  Philip fica em silêncio por alguns instantes. - "Acho que ele está com algum tipo de amnésia. Não sei. Ele está agindo estranho, como se fosse adolescente. O comportamento dele está muito esquisito."

- Certo, diga de novo, com calma... - tento manter a calma, mas nada faz sentido.

"Não tenho mais o que dizer. Ele está agindo super estranho!" - Philip suspira alto, descansando por um momento. - "Olha, ele não me reconhece. Ele não faz ideia de quem eu sou."

- Mas como? Aconteceu alguma coisa com ele?

"Obviamente aconteceu alguma coisa." - Philip altera seu tom de voz, ironizando minha pergunta. - "Mas o que eu não sei."

Tento não me alterar com o Philip e responder a sua ironia, o momento não é o mais adequado para uma briga. E tenho certeza que se Philip está me ligando, algo de muito sério aconteceu com Louis.

A Espiã - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora