A Espiã - Livro 3

• 08

Consigo chegar à festa na hora certa. O salão está cheio de pessoas elegantes, algumas conversando animadamente sobre as novidades em tecnologia, outras parecendo extremamente entediadas. O salão era enorme com várias mesas espalhadas com nomes reservados em cada cadeira, o lugar todo era bem iluminado juntamente com um painel com símbolo de infinito em led na parede.

Olho ao redor e vejo Louis de longe. E de longe ele é o cara mais sexy do salão. Assim que Louis me vê, imediatamente ele se aproxima. 

- Você está incrível. - ele indaga.

- Obrigada. 

- E eu pensando que hoje seria um tédio... - os olhos dele continuam falando em uma língua que conheço muito bem. Louis faz um gesto para que o siga. - Ah um conselho: não conte pra ninguém que está trabalhando para TecRate.

- Por que não? - questiono confusa.

- Todos nos odeiam porque somos bons demais. 

Rimos juntos do seu comentário. A conversa entre nós está fluindo muito bem. Como é possível ficar tão confortável e tão nervosa com alguém ao mesmo tempo? Ainda mais quando esse alguém é meu chefe. 

- Me conte mais sobre essa empresa concorrente. - digo.

- Na verdade, eu fiz faculdade com o filho do CEO. Ele sempre foi muito competitivo comigo.

- Quem? O pai ou o filho?

- Os dois. - indaga.

- Entendo. E como toda essa má publicidade está afetando a TecRate?

- Vamos colocar dessa maneira: se ela continuar, teremos que fechar nossas portas em breve. - o semblante de Louis muda na mesma hora e a tristeza aparece em sua expressão. 

- Então... - digo, tentando afastar seu semblante de tristeza. - Quem o Louis McDowell realmente é? 

- Ele é um cara alérgico a mariscos e que adora tudo bem apimentado. - Louis responde sem pensar muito.

- Tudo?

- Tudo! - ele afirma, me fazendo corar levemente.

Enquanto andamos e conversamos, várias pessoas cumprimentam o Louis. Ele lida com cada interação com confiança e carisma. Observo tudo com certa admiração. Ele não deixa transparecer sua frustração com o período difícil que a TecRate está passando.

- Está preocupado que o novo produto da BittCue seja uma competição para vocês? - pergunto. 

- Não. - indaga. - Eles não chegam aos pés da TecRate. Além disso, eu sempre tenho algumas ideias brilhantes na manga. Festas de apresentação não têm nada de especial. Tem pelo menos uma por semana.

- Então, por que está aqui? 

- É uma desculpa para passar mais tempo com você. - Louis flerta diretamente comigo. 

Ainda estou pensando em uma resposta quando a Lily aparece de repente.

- Então, o que acha do novo produto da BittCue, Louis? - o tom de voz dela é ríspido. 

Essa mulher realmente precisa de umas aulinhas sobre o básico da interação humana.

- É basicamente uma cópia do Interlink Dos Cap de 2009.

- Sim, total. - ela concorda. 

Fico ali parada sem entender do que eles estão falando. Programas de software não são comigo. Mas outra pessoa grosseira interrompe a conversa. Um senhor de cabelos brancos e terno azul surge completamente do nada ao nosso lado.