CAPITULO 24.

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Quando se separaram, respiravam pesadamente e Luiza percebeu o quão escuros eram os olhos de Valentina. Ele estremeceu um pouco, lembrando muito bem como a luxúria e a saudade alteraram aquelas íris verdes de um oceano que ele tanto ama, e ele teve que mobilizar toda a sua força de vontade e autocontrole para dar um passo atrás.

Assim como beijar Valentina foi como voltar para casa, ir embora foi como arrancar seu coração do peito e doer fisicamente, mas ele sabia que tinha que fazer isso.

Ele não queria nada mais do que arrastar Valentina de volta para casa e depois para um quarto para passar o resto da noite redescobrindo um corpo que ainda estava gravado em sua memória como se fosse ontem. Ele não queria nada mais do que despir o jovem Albuquerque para descobrir novas curvas e como os anos a haviam deixado ainda mais bonita, e a lembrança de Valentina de biquíni queimou seus olhos e mente por um segundo quente, mas ele balançou a cabeça e enxotou as imagens.

Eles não podiam.

Eles viviam em dois continentes diferentes e tinham duas vidas separadas, com um filho cada, e ir para a cama à noite só criaria novas complicações com as quais não conseguiriam lidar pela manhã.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, mas quando os abriu quase soluçou de toda a dor que rodopiava nos olhos de Valentina, ondas de dor e tristeza, marés intermináveis ​​de desespero antigo e alguma resignação também.

“Bom,” Valentina sussurrou e soou como a última palavra de uma conversa que eles não tiveram, uma tentativa de encerrar o assunto que ambos sabiam que não poderiam ter. Luiza teve vontade de gritar e jogar seus motivos ao mar, queria voltar para o espaço de Valentina para beijá-la e abraçá-la para sempre, para nunca mais soltá-la, mas não conseguiu.

Ela não conseguia e Valentina parecia entender, apesar de quão magoada e quebrada ela parecia. A sombra de um sorriso enfeitou seus lábios por uma fração de segundo antes de ele se virar e sair do armazém.

Luiza olhou para baixo e encontrou o quadro que Valentina havia começado a pintar no dia anterior. Ela parecia tão despreocupada, tão cheia de vida e até feliz, retratada com tantas cores vivas numa tela estática.

Ela nem percebeu que estava chorando até que um soluço doloroso percorreu todo o seu corpo, fazendo-a soluçar enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto e caíam no chão frio de pedra.

Quando finalmente conseguiu se recompor o suficiente para sair do armazém, Valentina havia sumido e Luiza não conseguia se livrar da sensação de desgraça que de repente tomou conta do ar, como se ela finalmente tivesse cravado o último prego no caixão de um relacionamento há muito perdido. .

SEGUNDA-FEIRA

“Então o que você fez?”

Luiza quase cuspiu a bebida no Albuquerque mais velho, que o encarava, nada impressionado. Ele tossiu um pouco após engolir a bebida e então colocou o copo de uísque sobre a mesa, julgando que seria mais seguro do que segurá-lo enquanto conversavam.

-O que você está falando? —Luiza finalmente perguntou, erguendo rapidamente o olhar para encontrar o de Igor.

O olhar penetrante e a sobrancelha arqueada fizeram Luiza se sentir julgada e ela odiou isso. Ele não respondeu e finalmente Igor gemeu antes de insistir. "Valentina esteve evitando você o dia todo e você também não é tão sutil. O que aconteceu entre vocês ontem à noite?"

Luiza cerrou os dentes, tentando evitar pensar no beijo na frente do irmão de Valentina, ela deve ter falhado porque os olhos de Igor se arregalaram de repente e ele engasgou.

—Você não fez isso! Por favor me diga que eles não dormiram juntos, juro por Deus...

—Não, Igor, não! "Nós não dormimos juntos", disse Igor rapidamente, fazendo uma careta mental ao ver o quão desapontada ela parecia, até para si mesma. Igor estreitou os olhos e Luiza balançou a cabeça novamente, tentando encontrar as palavras certas para explicar o que havia acontecido entre ela e Valentina.

THE PARENT TRAP - VALU ADAPTAÇÃO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora