CAPÍTULO 23.

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DOMINGO DE MANHÃ

Luiza meio acordou quando sentiu um pequeno peso nas costas, já que estava deitada de bruços na cama e com a cabeça debaixo do travesseiro. Gemendo, ele estendeu a mão para a esquerda para tentar pegar seu smartphone e empurrou com o outro braço para verificar a hora. 7h45 apareceu diante de seus olhos, a iluminação em sua tela estava muito forte na sala escura.

Enquanto isso, o peso em suas costas diminuiu e ela sentiu algo vibrar contra ela. Enquanto dormia, demorou um minuto para perceber que na verdade era o ronronar de um gato.

“Você só pode estar brincando”, murmurou Luiza, largando o smartphone no colchão e recolocando-o debaixo do travesseiro, ainda não preparada para enfrentar o mundo exterior. O gato parecia contente apenas em ronronar, alojado em suas costas, e para ser sincera, era uma sensação reconfortante.

"Achei que você não tivesse gostado", disse ele, ainda resmungando, só por falar, mas não se mexeu e em questão de minutos adormeceu novamente, não tão pacificamente.

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"Mãe?"

A voz, abafada e distante, a acordou e ela não entendeu porque tudo estava preto ao seu redor. Gemendo, ela fechou os olhos e esperou, por alguns segundos, poder voltar a dormir e acordar em sua cobertura em Londres, em uma vida a que estava acostumada e muito, muito longe da irritantemente viciante família Albuquerque.

“Mãe, eu sei que você está acordada, seus dedos se contraem e se movem como quando você está chateada”, disse a voz e desta vez parecia mais próxima.

Algo foi retirado do topo de sua cabeça e ele não precisou abrir os olhos para perceber que o nível de luz estava mudando, a luz do dia deixando tudo mais claro e já ameaçando machucar seus olhos.

"Querido, você poderia pelo menos fechar as cortinas antes que a luz do sol me cegue?" Nunca pensei que diria isso, mas sinto falta da chuva e do céu cinzento... —Luiza murmurou com um suspiro preso na garganta ao se desapegar do sonho fantástico de acordar em casa.

—Claro mãe, mas já passa de meio-dia e estamos esperando você começar o almoço... —disse o menino e acrescentou, para seu próprio benefício—: Aliás, sou o Leo. Liam ameaçou jogar água fria na sua cara, então achei melhor ser eu quem iria te acordar...

Luiza estremeceu com o pensamento. O som dos anéis de metal da cortina passando sobre o cabide e a redução da luz indicavam que agora ele poderia abrir os olhos e assim o fez, encarando instantaneamente um Leo expectante.

Ele estava parado ao lado da cama, com as mãos nos quadris, a cabeça inclinada para o lado, os lábios franzidos de um jeito que ela conhecia muito bem porque via isso quase toda vez que se olhava no espelho.

—Espere, você disse que já passava do meio-dia? —Luiza levantou-se repentinamente da cama, em pânico ao pensar em ter ficado na cama até tão tarde enquanto Catarina estava em casa. Ele foi pegar o telefone, mas na pressa empurrou-o para fora do colchão e ele caiu no chão de madeira com um baque, imediatamente seguido por um leve estalo.

“Ah, porra, não”, Luiza xingou enquanto pegava o telefone, olhando para a tela quebrada com uma cara de raiva.

"Palavras, mãe." Leo franziu a testa e balançou a cabeça. Sim, é meio-dia e meia e a Catarina disse que devíamos deixar você dormir, mas o Igor me mandou te acordar. Ele disse que você odiaria ficar acordado até tão tarde...

Luiza sentiu-se dividida entre a vergonha e a gratidão e optou pela ação, antes que seus sentimentos assumissem o controle.

—Dê-me cinco minutos, preciso de um banho rápido antes de poder descer. Vá em frente, estarei aí daqui a pouco. —Ele tirou o filho do quarto e respirou fundo assim que a porta foi fechada.

THE PARENT TRAP - VALU ADAPTAÇÃO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora