CAPÍTULO 11.

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PRÓXIMO DIA
SEXTA-FEIRA

NAPA - Tarde

O escritório de Igor era tudo o que Liam havia dito que seria.

Situava-se no antigo celeiro que ficava no fundo da propriedade, um edifício perdido entre algumas vinhas e um pinhal. Parecia desgastado e um pouco decrépito, mas apenas por fora. O interior foi totalmente renovado e modernizado, mas ainda manteve o espírito geral do celeiro, com piso de madeira ligeiramente empoeirado e paredes de pedra e cimento. Os tetos eram muito altos e vigas visíveis sustentavam toda a estrutura.

O escritório do Igor ficava lá em cima, logo depois da porta de entrada principal. À esquerda, contra uma parede, uma escada de madeira conduzia a uma sala semiaberta.
Um pouco como o loft de casa, pensou Leo. A escrivaninha era feita de madeira de pinho transparente, como o restante dos móveis da escrivaninha. Na parede atrás da escrivaninha, emoldurada em madeira escura ou metal cromado, estavam os prêmios dos vinhos produzidos por Igor nos últimos 5 anos. Dois sofás de couro marrom ficavam de frente para uma pequena mesa e havia duas poltronas combinando em cada extremidade, perto da grade de vidro que permitia uma visão completa do andar mais baixo do celeiro.

Este edifício, como Liam explicara, servia principalmente para guardar vinhos recentes, aqueles que não podiam ser guardados por muito tempo. Prateleiras de madeira cheias de garrafas de vinho formavam um estranho labirinto, junto com barris empilhados contra a parede direita. A temperatura ali permanecia amena, mas não muito fria, e cheirava a poeira, madeira e frutas maduras. Leo adorou o lugar onde entrou.
Ele sabia que havia uma abóbada logo abaixo do celeiro, com uma área menor e tetos baixos e circulares. Aquela sala era para garrafas e barris caros, que precisavam ser guardados por muito tempo em local fresco e escuro. Às vezes, Igor levava alguns clientes para lá, mas era pouco frequente, mesmo com sua notoriedade recente.
Ele havia guardado naquele cofre sua própria coleção, garrafas que adquiriu ao longo dos anos e comprou em lugares de todo o mundo.

Ele estava vagando pelo labirinto, olhando aleatoriamente algumas garrafas e preços enquanto ouvia o som abafado da conversa de Igor. Ele estava lá em cima, em seu escritório, e se você olhasse para cima, poderia vê-lo andando de um lado para o outro em frente à grade de vidro, com fones de ouvido enquanto digitava rapidamente em seu celular. Ele estava muito sério e ficou um pouco surpreso, porque naquele momento ele se parecia muito com a mãe, a inglesa.

E de repente, Igor começou a falar em francês e Leo sorriu. Ao se aproximar do escritório, ela ouviu Igor atacar despreocupadamente uma de suas contatos, uma mulher responsável por uma comissão que Igor acabara de descobrir. É por isso que ele estava destruindo a mulher, usando um vocabulário bastante frio e excessivamente profissional para que ela soubesse que estava demitida.

O francês do Igor era um pouco áspero e a pronúncia nem sempre correta, mas ele era compreendido perfeitamente. Leo se perguntou quando teria tempo de aprender esse idioma. Ele percebeu que não sabia muito sobre seu tio.

Poucos minutos depois, a madeira da escada rangeu sob o peso de Igor e ele olhou para cima e o viu descendo as escadas. Ele estava sorrindo e perguntou: "Você está bem, amigo? Desculpe, demorou mais do que o esperado, mas pelo menos está feito."

Ele sorriu de volta e assentiu, pensando em perguntar quando ela aprendesse francês. Afinal, talvez Liam soubesse, então se ele perguntasse, ele o denunciaria, mas sua curiosidade levou a melhor sobre ele.

—Igor, quando você aprendeu a falar francês de novo? —Ele tentou soar o mais casual possível, formulando a frase de uma forma que pudesse ser confundida com uma memória perdida. Lembrando-se de algo, ele acrescentou rapidamente: “Quer dizer, isso era francês, certo?

THE PARENT TRAP - VALU ADAPTAÇÃO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora