CAPÍTULO 27.

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QUARTA-FEIRA

LONDRES - Por volta do meio-dia

Desembarcaram em Heathrow ao meio-dia, recebidos pela típica garoa inglesa e por um vento muito frio que soprava do norte.

Foi uma viagem infernal, com vários atrasos causados ​​por problemas técnicos nos aviões. Em algum lugar entre São Francisco e Nova York, Luiza prometeu silenciosamente comprar um jato particular para seu próximo voo executivo e também jurou que nunca mais colocaria os pés em um avião comercial.

Saíram do terminal após uma espera insuportavelmente longa e, ao se dirigirem à área de bagagens para recolher as malas, Luiza ouviu a voz do filho. Foi a primeira vez que ele falou desde que saíram da casa de Valentina.

“Sim, acabamos de desembarcar, estamos prestes a pegar nossas malas de volta e então um motorista nos levará de volta para a cobertura”, disse Leo, parecendo incrivelmente triste. Luiza percebeu que ele não havia avisado que voltariam para casa. De repente, ele percebeu que para seu filho o lar era Napa, Califórnia, com o resto da família.

—Não tem problema, amigo. Diga ao Igor, à vovó e à mamãe que eu os amo — Leo desligou a ligação e colocou os fones de ouvido novamente, sem olhar a mãe nos olhos nem uma vez. Ela se adiantou para esperar sua bolsa, a poucos passos de onde Duda já estava.

“Vai levar tempo”, sussurrou baixinho o jovem Pedroza assim que Luiza parou ao lado dela.

-Eu sei. "Só... me pergunto se fiz a coisa certa", admitiu Luiza e não reagiu à sobrancelha levantada da amiga. Não tive coragem nem energia para fazer isso.

Duda misericordiosamente decidiu deixar para lá e se concentrou em pegar sua bolsa enquanto ela rolava na sua frente.

Luiza se perguntou como Valentina estava lidando com a situação em Napa, se Liam estava tão mal-humorado quanto Leo, se Igor não estava tão afetado pela saída de Duda... Ela se perguntou se seu ex-amante se sentia tão pesado quanto ela, desde que olhou para ele através do espelho retrovisor.

— Vamos, Campos. "Vamos voltar para casa", incentivou Duda, mas Leo nem olhou para ela e simplesmente seguiu em frente em busca do carro que deveria estar esperando por eles.

A viagem até ao sótão foi tão silenciosa como os diferentes voos que a levaram à volta do mundo. Leo ouvia música e Duda checava e respondia seus e-mails no celular. Luiza também estava com o celular nas mãos, com a caixa de entrada tão cheia que ameaçava ultrapassar a capacidade máxima de armazenamento, mas ela não estava com vontade de trabalhar naquele momento. Em vez disso, ele estava olhando pelas janelas e admirando Londres enquanto passava.

O contraste desta cidade cinzenta com o ensolarado Napa Valley foi surpreendente, e fez Luiza sentir saudades da brisa quente de um verdadeiro clima de verão, da carícia de um raio de sol em sua pele, do cheiro das flores e das plantas. pó seco, para roupas leves e ainda mais para companhia.

Ele estava acostumado a sentir falta de Valentina, mas depois de passar algum tempo na presença da mulher, a dor da ausência dela era dez vezes pior agora.

O carro parou em frente ao prédio em que ela morava e ela ficou chocada ao pensar como pouco se importava. Ele sempre pensou neste lugar como um lar, mas depois que encontrou o caminho de volta para os braços de Valentina, o sótão de repente pareceu frio e vazio.

A viagem de elevador também transcorreu sem intercorrências, exceto pelo rápido telefonema de Duda para um advogado sobre alguns assuntos da CamposCo. Não durou um minuto e Luiza, curiosamente, percebeu que não queria saber do que se tratava, fato que seria impensável há poucos dias.

THE PARENT TRAP - VALU ADAPTAÇÃO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora