CAPÍTULO 16.

77 12 0
                                    

PRÓXIMO DIA - SÁBADO

SÃO FRANCISCO - Por volta das 10h

“Vou te mandar o Leo em julho para você ficar com os dois e depois eles passam o mês de agosto comigo e a cada dois anos trocamos para o Natal”, começou Luiza, remexendo em uma pilha de papéis em cima da recepção do hotel. .

“Sim, e falaremos sobre as poucas férias que eles tiveram ao longo dos anos”, concordou Valentina e tirou o passaporte das mãos da recepcionista, que acabara de cuidar de suas reservas.

—Sua noiva concorda em ter que lidar com gêmeos? —Luiza perguntou com um sorriso zombeteiro e Valentina olhou para ela com raiva, mas ela não respondeu. A jovem artista estava obviamente desconfortável ao falar sobre Siobhan na frente de seu ex.

—Você acha que os meninos estão prontos para ir? Valentina perguntou antes de olhar rapidamente para o relógio em seu pulso.

Luiza teve que morder o interior da boca ao perceber que era o mesmo relógio que ela havia oferecido a Valentina no primeiro ano juntas.

Valentina a viu em uma das lojas da Covent Garden Street, enquanto caminhavam por lá, e se apaixonou pela joia. Não era nem muito caro nem muito chamativo, mas combinava com seu gosto difícil para relógios e Luiza o comprara no dia seguinte, para guardá-lo no aniversário.

"Você ainda está com o relógio", disse Luiza e sua voz era suave, um pouco surpresa também. Valentina ergueu os olhos e franziu a testa por alguns segundos antes de perceber do que Luiza estava falando. Ele puxou a manga da camisa para baixo no pulso para esconder o relógio e encolheu os ombros.

—Sim, ainda estou usando. Estou... acostumada, não consigo tirar. Exceto quando eu pinto, obviamente”, disse Valentina e uma onda de tristeza brilhou em seus olhos verdes. Luiza se sentiu culpada por toda aquela dor que Valentina ainda carregava, mesmo depois de ter descoberto que tinha sido em vão.

Bem, quase nada.

Eles não conversaram muito depois daquela confissão na noite anterior. Jantaram num silêncio amigável, ambos pensando no que havia acontecido em suas vidas para levá-los até aquele encontro, organizado pelos filhos. Mesmo no carro de volta ao hotel, eles apenas responderam às perguntas de Liam e Leo em vez de conversarem um com o outro.

Eles simplesmente decidiram que seria melhor repassar os detalhes técnicos do novo acordo durante o café da manhã, mas mesmo assim estavam um pouco tensos e cautelosos. Os dois não sabiam como se comportar um com o outro, depois de tantos anos separados e de toda a história compartilhada.

"Na verdade, decidimos que não vamos a lugar nenhum", disse uma voz, e finalmente os gêmeos apareceram, caminhando lado a lado, com a mesma expressão determinada em seus rostos idênticos.

A da esquerda vestia calça azul marinho e camisa branca e a outra havia optado por um traje parecido, mas a calça era bege e a camisa era de tom azul claro. Eles tinham os mesmos cachos castanhos claros rebeldes, olhos castanhos brilhantes e sorriso travesso.

Era impossível dizer quem era Leo e quem era Liam.

—Gente, não temos tempo para isso. O avião da sua mãe sai em duas horas e você tem que partir logo. Quanto a nós, o Igor já está te esperando lá fora no carro”, disse Valentina e sua voz soou um pouco ameaçadora.

—Claro, mãe, vá em frente. Se você puder escolher o certo, é claro”, disse o garoto de calça azul marinho, sorrindo docemente.
Ele estava calmo, com as mãos atrás das costas e os ombros retos, pronto para se manter firme. O outro garoto imitou a posição dela e Valentina pareceu insegura por alguns segundos.

THE PARENT TRAP - VALU ADAPTAÇÃO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora