𝐗𝐈𝐕. Amando Sob o Luar

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“Eu sacrificaria meus olhos e toda minha vida por ele e ainda seria muito pouco”Kalam Eineh, Sherine

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Eu sacrificaria meus olhos e toda minha vida por ele e ainda seria muito pouco
Kalam Eineh, Sherine.

139 A.C. — KING'S LANDING

POUCOS DIAS MAIS TARDE, Jaehaera Targaryen, envolta em um manto semelhante a um trapo que ocultava seu semblante jovem e atormentado e seus cabelos loiros, caminhava com passos determinados até o Alto Septo, fazendo o que podia para ninguém reconhecê-la.

A grandiosa estrutura de mármore branco erguia-se como uma joia coroada pelo céu cinzento. A filha do rei Aegon II raramente visitava o Septo, mas naquela tarde algo a atraía para lá. Talvez fosse o peso das perdas que carregava, ou uma busca inconsciente por conforto em meio à dor, e ao sentimento de estar traindo a sua família ao se apaixonar por alguém que não podia.

Os guardas a acompanharam até os portões, também disfarçados, mas pararam ali, respeitando o silêncio e o espaço que ela tanto buscava. Jaehaera adentrou o templo, sentindo o frio do chão contra suas sandálias e o aroma pungente do incenso que pairava no ar. Os Sete rostos dos deuses a observavam de seus nichos, cada um carregando uma expressão distinta: misericórdia, justiça, e sabedoria. Ela nunca se sentira à vontade sob aqueles olhares. Sua linhagem, antiga, era uma afronta à Fé dos Sete. Contudo, naquele momento, não era a rainha Targaryen que pisava ali, mas uma jovem consumida pelo luto.

Ela se aproximou do altar do Pai, erguendo os olhos em um misto de desafio e súplica.

— Jaehaerys. Maelor. Meus irmãos. Meus pobres irmãos. — a voz dela era baixa, quase um murmúrio, enquanto ela pronunciava os nomes dos irmãos mortos. — Se existe justiça nos Sete, que eles estejam em paz, longe da escuridão que consumiu nossa família.

Jaehaera hesitou ao erguer um pouco mais o braço para acender mais uma das velas.

Mãe. Que ela ainda possa sentir paz onde está. Ela merecia mais do que a dor que lhe foi infligida.

Por fim, Jaehaera acendeu mais uma vela, desta vez, para o próprio pai, e continuou: — Pai. Aegon. Que o seu espírito encontre a força que nunca lhe deram em vida. — apesar das palavras, sua voz carregava uma amargura velada. Ela sabia das falhas de seu pai, mas não era o momento de julgar, apenas de deixar o luto falar.

A maturidade havia chego precocemente para Jaehaera, que, embora estivesse ao lado de sua família e apoiando os Verdes mesmo depois da guerra cessar, compreendia a gravidade dos erros de seus pais.

Entendia que Aegon tomara algo que não era seu, e seu castigo enviado pelos Deuses fora a queda de seu breve governo e família, levando consigo grandes dragões. E Helaena, por não agir quando deveria e podia fazê-lo.

O Alto Septo estava vazio, exceto por algumas velas reluzindo nas sombras. Quando ela terminou de orar, sua atenção foi atraída por uma vela solitária. Rhaenyra. A Rainha Negra, ou como Lorde Cregan Stark a havia chamado, a Rainha Dragão. A mulher que seus próprios a odiavam, mas cuja tragédia não era menos grandiosa que a sua própria.

𝐃𝐀𝐑𝐊 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐃𝐈𝐒𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora