Bad Boys Parte 2 - Pela Família

Capítulo 11 - Dia de caça

Sábado, 17 de Dezembro, às 8:47hs.

Narrador:

Gabi desce do veículo após pagar a corrida para o motorista de aplicativo. E ao se aproximar da entrada do Shadow's Cats Bar, um segurança abre a porta para que ela pudesse entrar.
- Bom dia senhorita, o Sr. Kim a aguarda no escritório.
- Obrigada.

Em passos firmes, Gabi entra no corredor lateral e segue até o escritório. Tae está de pé, ansioso para vê-la. Logo após de ter marcado com ela, tomou banho, vestiu uma calça jeans, uma blusa branca, calçou seus chinelos e desceu para o escritório. E enquanto a aguardava chegar, se preparava para a conversa que teriam.

Tae ouve a batida na porta, ele já a tinha visto pelas câmeras, sabia que era ela.
- Pode entrar! - Diz ao se sentar.
- Bom dia.
- Bom dia Gabi, entre e se sente.

Gabi senta numa das cadeiras que estava a frente da mesa. Ao encarar Tae, ela tenta disfarçar sua tensão ao revê-lo depois da noite que tiveram juntos. Ele, por sua vez, a fita profundamente, para observar qualquer reação que ela tenha. E obviamente, Tae percebe o acanhamento dela por estar ali na sua frente.
- Como você está?
- Bem, obrigada... E você?
- Na verdade, bem. - Ele respira fundo. - Porém, não gostaria que isso estivesse acontecendo. Tem certeza da sua decisão?
- Tenho. - Ela responde insegura.

"É fácil pra ela pedir demissão por e-mail, mas cara a cara, não está me convencendo."

Tae se mantém com o olhar firme, isso a deixa ainda mais apreensiva.
- Tem mesmo? Sinceramente eu não acho que tenha. - Diante do silêncio dela, ele prossegue. - No dia que conversamos sobre a proposta de sair do hospital e ficar trabalhando somente aqui, pareceu vantajoso pra você, se arrependeu de ter feito esta escolha?
- Financeiramente não.
- Então o motivo do pedido de sua demissão é mesmo somente pelo o que aconteceu entre nós dois?
- Sim, como te falei... Não quero ter problemas com o pessoal, não foi profissional ter feito o que fizemos.
- Bem, encararia dessa forma se tivéssemos feito tudo aquilo durante o seu expediente, mas nem foi no nosso ambiente de trabalho.
- Eu sei disso... - Gabi evita encará-lo.
- Como chefe, não tenho motivos para te demitir e por mim, o seu pedido não seria considerado. A lei lhe permite pedir e vou respeitar a sua decisão, mas quero que considere o meu conselho. Creio eu que não seja uma boa ideia sair assim, sem ter outro emprego à vista... O que você acha de continuar conosco enquanto isso não acontece? Aí depois tomei sua decisão final.
- Realmente seria mais sensato, mas as coisas entre nós, querendo ou não, nos deixa numa situação embaraçosa.
- Se esta é a questão... - Tae se levanta e vai até a cadeira que está ao lado dela e senta. - Bem, agora eu não sou mais o seu chefe. Podemos conversar apenas como duas pessoas que tiveram uma noite juntos?

Gabi sorri de nervoso e Tae prossegue.
- Eu consigo separar bem as coisas, então fique tranquila, jamais vou permitir que o que rolou entre nós interfira na nossa relação profissional, ou vice versa. Consegue fazer isso também?
- Sim.
- Então vai pensar melhor?
- Agora está me perguntando como chefe?
- Viu como consegue perceber a diferença? - Pergunta sorrindo.

Gabi sorri brevemente e os dois ficam se encarando, o clima descontraído quebra a tensão, deixando mais uma vez evidente a atração que sentem um pelo outro. Tae passa as costas de sua mão na lateral do rosto dela e pergunta.
- E como a gente fica?

Gabi respira fundo, o seu coração está acelerado e sua mente é dominada pelas lembranças da noite passada. Por dentro, está rindo de si mesma. Estava tão decidida em largar o trabalho na boate e se afastar do Tae, que só bastou poucos minutos diante dele para voltar atrás. A conexão com o seu olhar, ao mesmo tempo que a excita, assusta.
- Se você se arrepende de ontem, podemos fingir que nada aconteceu.
- Impossível! - Ela dispara e depois sorri. - Nossa, pensei em voz alta.
- Tudo bem, concordo com você... É impossível pra mim também.