Capítulo 2 - Vôo 2303

14 4 0
                                    

Horas antes...

Babi:

Quando liguei para avisar do meu embarque para Madri, percebi que Alê não estava muito animada para ir na festa de Halloween na Boate. Tadinha da minha amiga, imaginava que estaria acompanhada pelo Giovanni.

Conversamos um pouco e tentei animá-la, praticamente gritei com ela para se arrumar e ir se divertir na festa, mesmo não tendo Giovanni ao seu lado.
- Está bem, não precisa brigar comigo... Vão achar que você é uma louca! - Disse Alê pelo telefone.
- Que pensem, mas vai se divertir amiga. Vida que segue! Sei que gosta muito dele, mas as coisas tiveram que ser assim. Então não se deixe abater, tá bom? Tenho que desligar agora, daqui a pouco o avião vai decolar. Teremos alguns minutos atrasados, mas agora vamos seguir.
- Boa viagem amiga, te amo. Me avise quando pousar em Madri, sei que vai dormir a viagem toda.
- Com certeza, odeio viagens longas de avião. Beijos Alê! Ah, antes que eu esqueça... Viu no seu e-mail o resultado dos seus exames?
- Mulher, tanta coisa na cabeça, você acha que fui verificar e-mails?
- Então verifica logo!
- Pelo o amor de Deus, você não vai ser dinda tão cedo sua doida! Não falei pra você que tomei a porra da pílula do dia seguinte?
- Sim, tomou depois de mais de 48hs.
- Na bula diz que o prazo é de até 72hs, deixa de ser desesperada.
- Mas quanto mais cedo tomar, o efeito é mais confiável. Falei pra você se cuidar, quem já viu transar sem camisinha, sem uso de anticoncepcional e ainda deixar que gozassem dentro?
- Eu comprei o anticoncepcional, estava esperando a menstruação chegar para começar a tomar, e só transei sem camisinha umas duas vezes.
- Misericórdia Alê, você é tão tapada! Falei brincando naquele dia, mas realmente se não se cuidar... Nessa vida louca vai engravidar e nem vai saber quem é o pai.
- Não viaja, eu saberia.
- Falo por falar, só se cuida por favorzinho, te amo demais amiga.
- Também te amo, vou me arrumar pra festa e vou ver os meus e-mails.
- Ok, beijo.
- Beijo, até mais! - Foi a última frase que ouvi antes de encerrarmos a ligação.

Sempre odiei mentir para as minhas amigas, mas foi preciso. Não queria incomodá-las com algo tão insignificante, que eu mesma poderia resolver.

O motivo de ter que antecipar a minha viagem foi saber que Albert havia descoberto que iria morar fora do Brasil. Inocentemente minha funcionária confirmou para ele a data e hora do meu vôo de São Paulo para Madri.

Albert foi meu agente por anos, sou grata por tudo que ele fez por mim. Mas ao passar do tempo, vi que seu comportamento estava abusivo e obsessivo. Já estava na hora de eu andar com as minhas próprias pernas e tomar minhas próprias decisões. Ao receber o convite da agência de Madri, enxerguei a oportunidade de dar um ponto final naquela situação embaraçosa.

Na última vez que nos vimos, ele não aceitou bem a minha decisão e o demiti. Não quero mais modelar, quero seguir outros rumos. Nem ele e nem ninguém tem o direito de impedir de viver a vida como quero. Mesmo colocando o dedo na minha cara e ameaçando a me processar, não há nenhuma cláusula no nosso contrato que possa ser usada para me prejudicar. Me informei bem com os meus advogados antes de decidir o que fazer.

Depois deste dia começou o inferno. Vários telefonemas, recados na secretária eletrônica, e-mails e tentativas de me coagir. Não sei ao certo em que problemas financeiros ele se envolveu, mas a culpa não é minha.

Aproveitei que Carol iria passar as férias com Alê e arrumei minhas malas para ir junto. Deixei meu apartamento aos cuidados da minha funcionária, o meu erro foi não ter alertado à ela sobre Albert. Dona Ingrid, acostumada com a presença constante dele, confiou e deu as informações da minha viagem para o exterior.

Ela estava em prantos quando nos falamos, se desculpou diversas vezes.

"Não fique assim, eu que deveria ter lhe avisado. Fique tranquila, não estou chateada com a senhora."

Bad Boys Parte 2 - Pela Família Onde histórias criam vida. Descubra agora