Capítulo 14 - Um olho no padre e o outro na missa

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Domingo, 18 de Dezembro, às 01:53hs.

Yoon:

Uma coisa eu tenho que concordar com o meu finado pai. Quanto tudo está muito tranquilo, é sinal de que uma grande tempestade está por vir.
Meu pai foi um baita filho da puta comigo, mas depois da conversa com o Kihyun, fiquei com a pulga atrás da orelha. Vem merda por aí, e não podemos dar mole.

Depois que Kihyun saiu do escritório, ainda fiquei um tempo pensando sobre esses e-mails que ele tem recebido supostamente de Giovanni. É muito estranho, pelo que ele me falou antes de ir embora, era provável que demoraria muito tempo para dar sinal de vida. Fico me perguntando... O que deve estar acontecendo para ele ter mudado de ideia?

Ouço alguém bater na porta, pelo monitor vejo que é o Gusmão.
- Entre!
- Com licença chefe Yoon, temos um probleminha.
- Que tipo de probleminha?
- Daqueles que é preciso ligar para o seu primo senhor.

"Estava demorando... Esse ramo é foda!"

Me levanto e saio do escritório acompanhado de Gusmão e mais dois seguranças. Passamos pelo bar, que hoje está sendo administrado por JK, I.M e Sarah. Eles me olham com preocupação, mas não posso falar nada sobre o pepino que aconteceu lá fora.

Ao sairmos, damos a volta para a parte dos fundos, onde ficam os coletores de lixo. Assim que chegamos, um dos nossos carros está de portas abertas, dois seguranças estão carregando uma das nossas dançarinas, ela está ensanguentada e inconsciente.
- Puta que pariu! - Me apresso para me aproximar.
- Yoon, precisamos levá-la ao hospital agora mesmo, ela perdeu muito sangue. - Exclama Túlio, um de nossos enfermeiros.
- Vai, vai! - Digo sinalizando pra ele entrar logo no carro. O mesmo embarca para ir junto com a menina no banco de trás.

Um segurança assume o volante e outro no carona. Observo o local, uma poça enorme de sangue próximo aos papelões e alguns sacos de lixo. Estou muito puto, me aproximo dos seguranças que estão isolando a área.
- Como essa porra foi acontecer bem debaixo do nosso nariz?
- Senhor, foi tudo muito rápido, quando vimos pelos monitores, saímos imediatamente, mas já era tarde demais. Acionamos a enfermaria para os primeiros socorros, a enfermeira Gabi levou a outra dançarina pra dentro, ela estava em choque.
- Então ela testemunhou tudo?
- Creio que sim, senhor.
- Já ligaram para o Huta?
- Sim chefe. - Responde um outro.
- Ok, vou falar com a moça.

Entro pela porta dos fundos, que leva ao corredor da área onde fazemos a separação do lixo antes de descartá-lo. Virando à direita, atravesso a porta que leva ao elevador que desce até ao subsolo. Passando pelo corredor dos camarins, vejo uns seis seguranças na porta de um deles. Ao entrar no camarim, Del está tentando consolar a moça que está transtornada.
- Com licença. - Digo ao entrar.
- Yoon, ela não diz coisa com coisa. - Diz Del claramente abalado pela situação.
- É compreensível.

Me curvo para olhar bem nos olhos dela.
- Como é mesmo o seu nome?
- Luana, senhor.
- Ah sim, você está trabalhando aqui já tem alguns meses, não é?
- Sim, mas não estou mais.
- Não? - Olho para Del, que parece tão surpreso quanto eu.
- Eu fui demitida hoje.
- Por quem?
- O senhor Jimin, mas foi justo senhor.
- Depois vou verificar sobre isso, mas o que preciso saber agora, é se você viu quem foi o autor daquela atrocidade com a sua amiga.
- Vi sim senhor, e foi tudo culpa minha. Ele queria me machucar, mas a Bianca foi me defender e deu tudo errado. - A menina desaba no choro novamente.

Respiro fundo e insisto em perguntar.
- Só me diga quem foi e eu cuidarei do resto.
- Foi um dos caras do Coringa.
- Coringa? - Fiquei surpreso, o capanga do PH só pode estar louco, uma ação dessa estremece o acordo que fiz com o chefe dele.

Ela assente com a cabeça e dentro de mim, a minha revolta só aumenta.
- Ok, vou cuidar disso. - Digo a ela e depois falo com Del. - Ela está muito nervosa, cuide dela e se depois conseguir dar mais detalhes, fale comigo.
- Está bem.

Bad Boys Parte 2 - Pela Família Onde histórias criam vida. Descubra agora