Dia 7 - Piquenique

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Jay acordou mais tarde do que de costume na manhã após a festa. Como era sábado, decidiu ficar mais tempo do que o normal na cama, e já era quase meio-dia quando se levantou para tomar banho. Para sua surpresa, Sunhee não estava mais na cama. Tinha imaginado que era do tipo que dormia até o meio-dia nos finais de semana.

Depois do banho, vestiu uma roupa qualquer e foi até a cozinha ver o que poderia preparar para o almoço. Como os pais de Wonhee ainda não tinham voltado, pensou que, se não fizesse algo, aquelas adolescentes iriam pedir alguma porcaria para comer.

Tinha acabado de colocar um pé dentro da cozinha quando Wonhee estourou um confete ao seu lado e as demais gritaram "surpresa!". Quando olhou para a frente, um tanto atordoado, viu um bolo nas mãos de Iroha e uma sorridente Sunhee ao seu lado. Podia jurar que estavam em março e que seu aniversário era só em abril, então o que diabos era aquilo?

— Ah... — Ele olhou para cada um, muito confuso. — Hoje não é o meu aniversário...

— Esse não é um bolo de aniversário, é um bolo de agradecimento! — Wonhee explicou. — Pedimos para a Sunhee nos ajudar a prepará-lo para te agradecer por ter nos ajudado ontem na festa!

As sobrancelhas de Jay se ergueram em espanto, e ele olhou novamente para o bolo. A aparência era boa, tinha certamente chantilly demais, e os morangos dispostos em cima estavam bastante tortos, mas não parecia ruim. Ele só não conseguia acreditar que aquelas três pudessem fazer um bolo comestível...

— Ah, obrigado... — ele disse e logo foi colocado sentado em uma das cadeiras da mesa, o bolo sendo colocado à sua frente.

— Espero que goste! — Iroha cortou um pedaço e o encarou com expectativa.

Jay novamente olhou para todos na cozinha e, então, engoliu em seco. Se aquele bolo estivesse ruim, o que iria fazer? Não queria desapontar duas adolescentes, mas era péssimo em enganar...

— Eu sei que você está pensando que está ruim, mas juro que está bom! — Sunoo se sentou diante dele e o observou. — Sério, prova!

Sem outra escolha, ele pegou um pedaço com o garfo e colocou na boca. Para sua surpresa, não estava mesmo ruim. Quando viram que ele não fez uma expressão de nojo, as adolescentes saltitaram de emoção.

— Está bom mesmo — ele aprovou. — Bom saber que vocês sabem cozinhar, assim podem preparar suas próprias omeletes todos os dias!

— Ah, não! — Wonhee o puxou pelo braço. — A sua é muito melhor!

— Eu também quero provar! — Iroha pediu.

Por fim, os quatro se sentaram ao redor da mesa e comeram quase metade do bolo enquanto conversavam. Como as mais novas eram boas em contar histórias engraçadas e aliviar o clima, Jay e Sunoo ficaram mais confortáveis um com o outro. O Kim, inclusive, ficou observando enquanto seu colega de quarto ria e revelava algumas histórias embaraçosas de seu passado, a pedido de Wonhee. Não imaginava que ele pudesse ter um lado assim, logo ele, que era sempre tão calado e sério. Quanto mais o conhecia, mais gostava de estar perto dele.

— Ah, é verdade! — Iroha disse, quando terminaram de comer. — A Sunhee falou que você sabe tocar piano, então queríamos ouvir!

— É mesmo! Venha, você pode usar o piano dos meus pais.

Em um segundo, Jay foi arrastado até a sala da casa e colocado diante de um bonito Yamaha branco de cauda, com detalhes em dourado. Ficou se perguntando se os pais dela tocavam ou se era pura ostentação. Já tinha ouvido falar de ricos que compravam pianos apenas para colocar de enfeite em casa — o que era um completo desperdício.

Meu colega de quarto é uma fraude! | sunjayOnde histórias criam vida. Descubra agora