Capítulo 9
Os dias haviam sido longos e tensos desde a perseguição. Salvatore sentia-se sufocado pelos problemas que se acumulavam. Os homens que o atacaram haviam morrido, mas seus irmãos, Marco e Francesco, não pararam até descobrir a verdade. O nome — Enrico Moretti — não o surpreendeu. A guerra entre as duas famílias estava em ebulição há anos, mas desta vez, Enrico havia ido longe demais.
Salvatore estava sentado em seu escritório, os dedos batendo ritmicamente na mesa de mogno enquanto seus pensamentos giravam em torno do que havia descoberto. A revelação de que Enrico Moretti estava por trás do ataque contra ele havia acendido algo em seu interior, uma raiva fria que ardia com uma intensidade quase insuportável. Enrico tinha ido longe demais. Não era a primeira vez que suas famílias se enfrentavam, mas Salvatore sabia que, desta vez, não poderia haver piedade.
Francesco entrou na sala, sua expressão séria.
— Está confirmado. Enrico Moretti. Ele é quem está por trás do ataque. — Francesco anunciou com firmeza.
Enzo cruzou os braços, olhando diretamente para seu Don.
— Ele está ficando ousado demais. Atacá-lo diretamente não vai apenas mandar uma mensagem, mas vai eliminar uma parte crucial de seu poder.
Salvatore ouvia, sentindo o peso de sua própria raiva. A ideia de vingança fervia em seu peito, mas ele sabia que precisavam agir com precisão.
— Preparem os homens. Vamos atingir o depósito de armas dele. Quero que tudo vá pelos ares. Nada deve sobrar.
— Os homens estão prontos. O local está cercado, e as rotas de fuga foram bloqueadas. — Marco anunciou se juntando a eles.
Salvatore assentiu, seus olhos escuros fixos na janela enquanto observava a noite que começava a cair sobre a Sicília. Era hora.
— Temos que ser rápidos e eficientes, — disse Marco, verificando seu relógio. — Os guardas mudam o turno em menos de dez minutos.
— Vamos fazer isso de uma vez, — ele disse, levantando-se. — Quero queimar tudo. Nada deve sobrar.
Minutos depois, Salvatore, seus irmãos, Enzo e seus homens de confiança, estavam em seus carros, liderando o ataque às instalações de armas de Enrico. A noite estava silenciosa, exceto pelo som abafado dos motores. Eles sabiam que o lugar estava fortemente vigiado, mas a inteligência que tinham era precisa. Havia uma brecha nos turnos de vigilância que durava apenas alguns minutos, e eles estavam prestes a aproveitá-la.
Quando chegaram ao local, Salvatore observou de longe. O armazém estava imponente, iluminado apenas pelas luzes externas, com dois guardas em frente ao portão. Salvatore fez um sinal com a cabeça, e seus homens avançaram silenciosamente pela lateral.
— Agora, — disse Marco, sua voz baixa.
Os tiros começaram de maneira rápida e precisa. Os guardas do portão foram abatidos antes de sequer terem tempo de reagir. Os irmãos avançaram, liderando seus homens em um ataque implacável. Explosões ecoaram ao redor deles enquanto as instalações eram destruídas uma a uma. Salvatore não queria simplesmente roubar as armas; ele queria destruir a capacidade de Enrico de reagir. Era uma mensagem clara: não mexa com os Romero.
No meio do caos, Salvatore se movia com uma calma assustadora, abatendo os homens que tentavam se aproximar. As chamas começavam a subir, pintando o céu noturno de laranja. O cheiro de pólvora e fumaça enchia o ar.
— Está feito,— disse Francesco, aproximando-se de Salvatore. — Tudo vai pelos ares em questão de minutos. O lugar está minado.
Salvatore olhou para as chamas com uma expressão impassível.
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Salvatore Romero: Dançado com o perigo
Ficción GeneralMartina Moretti sempre encontrou na dança sua maior paixão e liberdade. Raptada ainda bebê e levada da Itália para o Brasil, foi criada com o nome de Thamy Costa por uma família adotiva que jamais lhe deu amor. Crescendo em um ambiente de desprezo e...