Capítulo 12

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Capítulo 12

Salvatore não conseguia afastar a dúvida de sua mente. Tudo o que Francesco havia descoberto o deixava ainda mais confuso. Thamy poderia ser sua irmã. A ideia o assombrava e cada vez que olhava para ela, sentia a culpa e a incerteza o consumirem. Ele sabia que precisava de provas definitivas, e a única maneira de conseguir isso era com um teste de DNA.

Ele já estava na casa de Thamy, alegando preocupação depois dos últimos acontecimentos traumáticos. Havia sido atacada, quase sequestrada, precisava saber que alguém se importava com ela. A jovem sorriu, grata por sua presença, e se aproximou dele, confiante. O olhar dela ainda era doce, e ele se odiava por duvidar do que sentia, mas o receio de que ela fosse sua irmã era grande demais.

Salvatore a tinha visto apenas no dia do ataque, ele a tinha levado para casa e se certificado de que estivesse bem e segura. Alguns homens dele faziam a segurança dela e de sua amiga.

— Você parece preocupado — Thamy disse, observando-o enquanto eles tomavam café juntos. — Está tudo bem, Salvatore?

Ele hesitou, mas logo balançou a cabeça, forçando um sorriso.

— Sim, só estou cuidando para que você esteja segura. — Salvatore acariciou o rosto dela. — Quero garantir que nada vai te acontecer.

Thamy precisava tomar banho e se arrumar para ir ao estúdio e disse isso ao mafioso. Esse era o momento que Salvatore precisava. Ele entrou no quarto dela e, rapidamente, pegou alguns fios de cabelo que estavam presos na escova de Thamy. Aquilo o faria descobrir a verdade. Mesmo que seu desejo por ela fosse incontrolável, ele sabia que, se ela fosse realmente sua irmã, tudo teria que mudar.

No entanto, enquanto ainda estava no quarto, ouviu um barulho estranho do lado de fora da casa. Seus instintos imediatamente se aguçaram. Ele correu até a janela e viu um movimento suspeito. Algo estava errado. Salvatore se aproximou da porta e a entreabriu, o coração disparando, sentindo que o perigo estava próximo.

De repente, uma explosão de tiros ecoou pela rua. O som era inconfundível: estavam sendo atacados.

— Thamy! — Salvatore gritou, sacando sua arma.

Thamy, ainda no banheiro, ouviu os tiros e congelou de medo. Antes que pudesse reagir, a porta da frente foi arrombada. Homens armados invadiram a casa, disparando tiros para todos os lados. Um deles gritava ordens enquanto se aproximavam da sala.

Salvatore se atirou atrás de um móvel, puxando Thamy para perto de si quando ela finalmente saiu do banheiro, tremendo. Vestia apenas um roupão, não havia tempo para se trocar.

— Fique atrás de mim! — ele ordenou, a voz baixa e urgente. — Não se mexa.

Os homens de Salvatore, que o seguiam de perto, reagiram rapidamente. Em segundos, o tiroteio se intensificou. Salvatore trocava tiros com os invasores, enquanto seus homens seguravam a linha de frente. Ele estava concentrado, movendo-se com precisão e mortífero como sempre. Mas os atacantes não estavam ali por acaso.

De repente, um dos homens feridos, com uma tatuagem visível no braço – uma caveira com uma rosa e facas cruzadas – começou a rir, mesmo sangrando no chão. Era a marca dos Moretti, uma família rival.

— Isso é só o começo, Romero... — o homem balbuciou, cuspindo sangue. — Todos que você ama vão morrer. Enrico vai matar um por um, até o último. Você roubou a filha dele... agora ele vai destruir tudo o que você tem.

Salvatore ficou imóvel por um segundo. Enrico Moretti. O bastardo estava realmente indo atrás de todos à sua volta por vingança? Salvatore sentiu a raiva borbulhar dentro de si como lava prestes a explodir. Ele apontou a arma para o homem caído e atirou, encerrando o monólogo de ameaças com um único tiro na cabeça.

Salvatore Romero: Dançado com o perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora