Capítulo 29

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Capítulo 29

Salvatore caminhava pelos corredores do hospital com passos firmes, os olhos atentos, a mente preocupada com Kira. A melhor amiga de Martina, sempre foi uma mulher resiliente e determinada, apesar de sua batalha com o diabetes desde a infância. Ela aprendeu a viver com a condição, monitorando seus níveis de glicose e seguindo uma rotina rigorosa de alimentação e medicação. Contudo, o estresse emocional e o afastamento de Martina a afetaram profundamente nos últimos meses.

O distanciamento inesperado entre as duas amigas causou em Kira uma dor silenciosa. Elas sempre foram inseparáveis, confidenciando seus medos, anseios e desafios. Quando Martina se afastou, devido à sua própria luta emocional com a gravidez e a relação conturbada com Salvatore, Kira sentiu a perda. Isso criou um vazio emocional que se somou ao estresse, afetando sua saúde.

Com a falta de apoio emocional de Martina e a tristeza por ver a amiga se distanciar, Kira começou a negligenciar os cuidados com sua condição. O estresse emocional pode desregular os níveis de glicose no sangue, e, em alguns casos, agravar a diabetes. Esse desequilíbrio, aliado à alimentação irregular e à sobrecarga emocional, provavelmente resultou em uma crise diabética.

Quando Kira chegou ao hospital, ela apresentava sinais de hiperglicemia severa, que é uma complicação perigosa do diabetes. Seus níveis de açúcar no sangue estavam descontrolados, e ela precisou de atendimento urgente para estabilizá-los. O cansaço emocional e a falta de comunicação com Martina só agravaram sua condição.

O afastamento de Martina foi um golpe para Kira. Ela estava lutando sozinha, sem a amiga que sempre a apoiava. O fato de estar debilitada no hospital agora não era apenas físico, mas também uma manifestação da dor emocional que ela vinha carregando.

Foi buscando o melhor para a jovem que ele a levou para o melhor hospital da Sicilia, mas jamais imaginaria que aquele dia o levaria a reencontrar Martina, ainda mais daquela forma. Ao vê-la sentada no quarto, abatida e visivelmente fragilizada, seu coração vacilou. Ele parou por um momento, o choque dominando-o, mas logo a adrenalina e a preocupação assumiram o controle.

— Martina? — sua voz saiu carregada de incredulidade.

Ela levantou os olhos, surpresa ao vê-lo, mas seu rosto logo se fechou em uma expressão dura.

— O que você está fazendo aqui? — A voz dela era baixa, mas firme.

Ele franziu a testa, confuso e ainda processando sua presença ali.

— Eu que deveria perguntar isso. O que está fazendo no hospital, e nesse estado? Seu tom misturava preocupação e uma pitada de acusação.

Ela desviou o olhar, tentando afastar a conversa.

— Isso não importa agora. Onde está Kira? Quero saber dela, preciso vê-la. — sinto sua voz embargar. A urgência de saber o que lhe aconteceu grita, mas a raiva por ela ter me deixado fala mais alto.

— Kira? — Salvatore balançou a cabeça, surpreso pela mudança abrupta de assunto. — Kira está doente. Por isso estou aqui. Ela está no hospital por complicações da diabetes. Seu estado é grave, Martina.

Os olhos de Martina se arregalaram, e a culpa a tomou como uma onda. Kira, sua melhor amiga, estava sofrendo e ela nem sabia.

— Eu... eu preciso vê-la! --- Martina tentou se levantar, mas Salvatore rapidamente a impediu, colocando a mão firme sobre o braço dela, mas com um toque cuidadoso.

— Você não está bem —, ele disse, sua voz mais firme agora. — Precisa descansar.

Ela puxou o braço, o olhar furioso.

Salvatore Romero: Dançado com o perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora