Autora~A noite estava fria e silenciosa, exceto pelo som de passos abafados na calçada molhada. No beco mal iluminado, sombras dançavam nas paredes sujas de tijolos, enquanto um homem observava seu alvo. Seus olhos queimavam de ódio, o ódio que ele sentia por qualquer um que ousasse tocar em Scarlett, a mulher que ele jurara proteger a qualquer custo, mesmo que ela não soubesse de sua existência. Ela era dele, sua obsessão silenciosa, e ninguém a machucaria sem pagar o preço.
O homem que machucara Scarlett estava ali, aquele que havia quase abusado dela, quando ela tinha 14 anos, isso certamente ainda estava na mente de Scarlett. Aquele homem, saindo de um bar, cambaleando, sem noção do perigo que se aproximava. O desconhecido apertou o punhal frio em sua mão, seu coração batendo em um ritmo controlado. Ele se movia como um predador, sua respiração calma, sua mente focada em apenas uma coisa: vingança.
Afinal, ninguém poderia tocar no que é seu.
Ninguém tocaria no que é seu.
E se tocassem pagaria com a vida.Scarlett...
A mente do desconhecido pensava somente nisso.
Num instante, ele estava atrás do homem. Um braço forte o puxou para o beco escuro. O grito do homem foi abafado pela mão firme do desconhecido sobre sua boca. Seus olhos se arregalaram de terror quando percebeu o brilho da lâmina sob a luz da lua.
-Você nunca mais vai machucar ela,- o desconhecido sussurrou, sua voz um veneno gélido. -Essa é a última lição que você vai aprender.-
Sem hesitar, o stalker cravou a lâmina no estômago do homem, seus olhos frios e impiedosos observando a vida se esvair lentamente do corpo à sua frente. O som abafado do sangue escorrendo foi quase poético para ele. Com um último olhar de desprezo, o stalker se afastou, desaparecendo nas sombras tão silenciosamente quanto havia chegado.
O corpo sem vida do homem caiu no chão com um baque surdo, o sangue escorrendo pelas rachaduras da calçada.
O desconhecido havia levado uma parte do homem para presentear a Scarlett.
Ele voltará para as sombras, observando e protegendo. E qualquer um que ousasse feri-la, pagaria com sua vida.
Scarlett~
Acordo com o primeiro raio de sol que atravessava a cortina fina do meu quarto.
Minha cabeça ainda pesada pelas poucas horas de sono, eu esticou os braços, tentando afastar o cansaço que parecia sempre me acompanhar. A noite anterior tinha sido conturbada, cheia de sonhos estranhos e inquietantes que eu não conseguia lembrar direito. Algo estava errado, mas eu não sabia o quê.Levanto, suspirando, e caminhou até o espelho. Meu reflexo me encarava de volta, meus cabelos desalinhados e os olhos ligeiramente inchados. Eu me forço a seguir a rotina.
Um banho quente, maquiagem leve, e então visto minha jaqueta preta favorita. Pego a minha mochila.
As horas na faculdade passaram em um borrão de aulas e conversas monótonas. Eu estava acostumada a isso — a sensação de que tudo ao meu redor era apenas um ruído de fundo. Ultimamente, senti como se estivesse vivendo no piloto automático, meus pensamentos vagando por lugares mais escuros, embora eu nunca soubesse dizer o motivo.
Quando finalmente volto para casa, o dia já estava se despedindo. Eu jogo a mochila no sofá e tirou meus sapatos, aliviada por estar de volta ao meu pequeno e silencioso apartamento. Caminho até a cozinha, pensando em fazer um chá, quando algo sobre a mesa chamou minha atenção.
Era uma pequena caixa de madeira, muito bem trabalhada, que eu não reconhecia. Meu coração acelerou, uma pontada de desconfiança correndo por minha espinha.
Será que é dá mesma pessoa do bilhete?
Com cuidado, eu pego a caixa, notando que não havia nenhum bilhete ou identificação. As dobradiças rangiam levemente quando eu abri a tampa.
Dentro, envolto em um pedaço de cetim vermelho, havia... um dedo humano.
O choque foi instantâneo. Eu deixo a caixa cair sobre a mesa, recuo com minha mas mãos cobrindo a boca. Meus olhos não conseguiam se afastar daquilo. Um dedo — ainda com o anel prateado que parecia familiar de algum lugar — ensanguentado, mas limpo, cuidadosamente colocado como um presente macabro.
Meu coração batia descontroladamente, ele pode sair de dentro de mim a qualquer momento.
Eu senti a bile subir para a minha garganta, mas luto contra a ânsia.
Quem fez? E, pior, por quê?
Então, algo mais me atingiu. O anel.
Eu já o tinha visto antes. Era o mesmo que o homem que tentou abusar de mim anos atrás usava. Ele me machucou fisicamente e emocionalmente, mas não tinha voltado desde então.
Um frio percorreu minha espinha. Alguém estava me observando. Alguém sabia. E agora, esse alguém estava tentando... proteger a mim? Eu recuo mais alguns passos, a mente girando com o terror de saber que alguém estava envolvido naquilo. E, de alguma forma, aquele presente grotesco era uma prova. Prova de que quem quer que fosse, o stalker, estava mais perto do que eu pode imaginar.
O ar parecia pesado, sufocante. Eu agarro as laterais da mesa, tentando me recompor. O que isso significava? Eu sabia que precisava de respostas, mas temia o que poderia encontrar. E, mais ainda, temia a próxima vez que meu "protetor" decidiria fazer outro movimento.
A partir de agora as jogadas vão ter que ser mais planejadas e cuidadosas.
Cada ação que vai acontecer, pode, e vai, influenciar freneticamente esse jogo...
Continua...
O que acharam?
Quero opiniões...
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Rainha Negra: o jogo da vingança
Romanceum Dark Romance que vai contar a história sobre Scarlett Black um garota que está em busca de algo que talvez não seja tão certo. Ela está em busca de poder. Será que ela conseguirá manipular os adversários e finalmente conseguir o xeque-mate que t...