Rainha Negra: o jogo da vingança

capítulo 9

Naquele intervalo movimentado da faculdade, eu caminho em direção à mesa do canto, a única que eu gostava.

Preciso de silêncio para me concentrar e fugir dos olhares curiosos. Meus olhos estavam sem emoção,um escudo perfeito para minha indiferença calculada.

Assim que me aproximo, noto um casaco jogado sobre a cadeira e, ao erguer os olhos, lá estava ele. Damien.

-Você está no meu lugar-  eu declarou, minha voz fria, porém carregada de desafio.

Damien, com seu sorriso provocador e olhos que brilhavam com malícia, nem sequer se mexeu. Ele sabia muito bem o que estava fazendo.

—Eu não vi seu nome aqui, princesa — ele respondeu, erguendo uma sobrancelha. Seu tom de voz era suave, quase zombeteiro, mas com uma ameaça implícita que eu não poderia ignorar.

Eu não pisco. —Talvez eu precise gravar meu nome na sua pele para você entender —

Damien deu uma risada baixa, inclinando-se um pouco para frente. —Cuidado com o que deseja, Scarlett. Pode acabar conseguindo.—

Eu seguro o olhar dele, o ódio fervendo dentro de mim. A tensão entre nós s era inegável, e os olhares trocados eram quase letais. Essa troca de olhares não era só sobre uma mesa. Era sobre território, controle. E eu não cederia.

— Se eu fosse você, levantaria logo — eu sussurrou, me aproximo o suficiente para que apenas ele pudesse ouvir, o veneno pingando em cada palavra. — Ou talvez eu tenha que te mostrar o que acontece quando você cruza meu caminho —

Damien sorriu, um sorriso lento e perigoso, que só me irritou ainda mais. — Tente me tirar daqui, querida. Vou adorar ver você tentar.—

Eu me aproximo ainda mais, nossos rostos tão próximos que nossas respirações se misturavam. — Eu nunca brinco, Damien —

Ele me observa com uma mistura de fascínio e desprezo. — Nem eu, Scarlett. Nem eu.—

Babaca...

A tensão entre eu e Damien era mais do que uma simples disputa por uma mesa. Era um jogo de poder, um duelo onde cada palavra e gesto carregavam significados ocultos. Nós estavamos cercados por um ambiente barulhento e cheio de distrações, mas, para mim, o resto do mundo parecia desaparecer. Era como se aquela mesa fosse o único palco onde as verdadeiras intenções poderiam ser reveladas.

Damien recostou-se na cadeira, relaxado, como se estivesse aproveitando cada segundo. — Você sempre foi assim, não é? Impulsiva, arrogante, achando que pode mandar em tudo e todos.—

Como ele pode achar que me conhece? Essa é a segunda vez que conversamos na vida...

Não hesito. — E você sempre foi o típico covarde, Damien. Esconde suas fraquezas atrás de provocações baratas. —

Falo com uma frieza calculada.

Ele sorriu, mas seus olhos ficaram sombrios. — Interessante você dizer isso. Sempre achei que suas fraquezas eram o que te faziam querer controlar tudo ao seu redor —

Minha respiração  se acelerou, mas eu não demonstrou. — E se são fraquezas, Damien, você deveria ter mais medo delas —

Damien estreitou os olhos, como se estivesse calculando o próximo movimento.

—Você sempre faz isso, não é? Finge que não tem medo, que nada te atinge — Ele inclinou a cabeça ligeiramente, seu sorriso desaparecendo. — Mas eu vejo além da fachada, Scarlett.—

Eu cruzo meus braços, uma tentativa de mascarar a irritação crescente. —Você não sabe nada sobre mim —

Ele deu uma risada curta, quase sem humor.