capítulo 11

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Enquanto eu caminhava para fora da mansão, o ar frio da noite beijava minha pele, trazendo-me de volta à realidade.

A missão foi um sucesso — Marcos estava morto, e Castellan receberia a confirmação que tanto esperava.

Mas o verdadeiro prêmio dessa noite estava no pequeno dispositivo em meu bolso.

Ele queria apenas que Marcos fosse eliminado, um problema a menos em seu caminho. Mas eu sabia que esse jogo era muito maior. E se havia uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos, é que os verdadeiros jogadores não entregam todas as suas cartas. Pelo menos, não até a hora certa.

Cheguei ao ponto de encontro com o senhor Castellan, um galpão abandonado no meio da cidade, envolto em sombras e silêncio.

Ele estava lá, como sempre, impassível, um homem acostumado a puxar as cordas do poder sem se sujar diretamente. Seus olhos me perfuraram quando me aproximei, mas ele não demonstrava emoção.

-Está feito- eu disse, seca e direta.

Castellan me olhou por alguns segundos, procurando por qualquer sinal de hesitação. -Marcos está morto?-  Sua voz era baixa, firme.

- Sim.- Não havia necessidade de entrar em detalhes. Ele queria resultados, não explicações.

-Bom.- Ele acenou com a cabeça, satisfeito. -Isso é tudo o que eu precisava, seu avô ficaria muito orgulhoso de ver a garota que se tornou...-

-sim ele realmente ficaria muito feliz... -falo simplista, como se a morte de meu avô não me incomodasse, Mas ela me incomoda muito -pena que ele morreu de uma forma bem trágica, e não pode ver eu me tornar a pessoa que sou hoje - falo com sarcasmo.

Eu me virei para ir embora, mas senti seus olhos ainda sobre mim, como se ele soubesse que algo mais havia acontecido. -Você encontrou alguma coisa?- ele perguntou, a voz impregnada com uma leve desconfiança.

Meus passos vacilaram por uma fração de segundo, mas recuperei o controle rapidamente. Virei-me para ele, mantendo a expressão inalterada. -Nada além de um homem que já estava perdido, rodeado por suas mentiras-

Castellan ficou em silêncio por um momento, como se ponderasse minhas palavras. Então, ele deu um leve sorriso. - Certo. Agradeço pelo trabalho, Scarlett -

Eu apenas acenei e continuei andando, saindo do galpão.

Mas por dentro, minha mente estava a mil. Castellan era inteligente, e não demoraria muito para ele perceber que havia algo mais.

Mas quando isso acontecesse, eu já estaria à frente dele.

O dispositivo no meu bolso era minha chave para algo muito maior. Não apenas para derrubar algumas pessoas, mas para redesenhar o tabuleiro inteiro. E ninguém, nem mesmo Castellan, veria o golpe final chegando.

Eu era paciente. Sabia que o verdadeiro poder vinha de esperar o momento certo para agir. E quando esse momento chegasse, todos iriam cair. Um por um.

A noite se desenrolava em um manto de mistério e sombras, enquanto eu me dirigia para um apartamento. Assim que entrei, a segurança e a calma do ambiente me envolveram. Com um suspiro profundo, retirei o dispositivo de armazenamento do bolso e o coloquei em uma mesa de trabalho. Era hora de examinar as informações que poderia transformar o rumo de tudo.

A pequena unidade brilhava sob a luz do abajur, como se estivesse esperando para revelar seus segredos.

Conectei-a ao computador e, com um toque de um botão, o conteúdo começou a se desdobrar. Arquivos, listas, contratos… e uma série de documentos que detalhavam não apenas os esquemas de Marcos, mas uma rede muito mais ampla e complexa.

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