capítulo 10

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A noite era pesada, e a neblina densa envolvia as ruas como um véu opaco.

Eu me movia com precisão, meus passos silenciosos ecoando fracamente pelo beco do deserto.

O trabalho dessa noite era simples, como tantos outros.

Eliminar um político corrupto, Marcos Valério, conhecido por seus esquemas de extorsão e tráfico de influências. Ele usava o dinheiro dos cidadãos para alimentar seu império criminoso.

O senhor Castellan queria esse problema resolvido de uma vez por todas

Eu já estava de olho em Marcos a dias, observando seus padrões e estudando seus movimentos com paciência infinita.

O homem era previsível arrogante. Ele acreditava que sua riqueza e segurança o tornavam intocável, mas eu sabia que todos tem um ponto fraco. E o dele era a rotina.

Toda quarta-feira à noite, Marcos visitava uma mansão afastada para encontros secretos com seus aliados.

Aquela seria sua última quarta-feira.

Eu o segui até a propriedade, onde as luzes se apagavam lentamente. Ele achava que estava seguro, mas eu já estava dentro.
Ao me aproximar do escritório onde Marcos estava, eu deslizo como uma sombra pelos corredores. Eu estava usando uma roupa escura. Um capuz escondendo minha face.

E cada movimento era calculado para não emitir som algum. Do lado de fora da porta, escutava a voz rouca e auto indulgente de Marcos ao telefone.

A conversa não importava.

Eu sabia que ele estava sozinho, como sempre. Ficava após despachar seus seguranças para fora da mansão.

Com uma destreza que beirava o sobre-humano, eu abri a porta sem emitir um som.

Lá estava ele, sentado em uma cadeira de couro, virado de costas para mim. Marcos falava algo sobre novas alianças e contratos.

Completamente alheio ao perigo iminente. Eu puxo a adaga afiada e a lâmina fina e cruel reflete a luz suave do abajur do canto da sala. Eu me movo rapidamente e silenciosamente até estar atrás dele.

A lâmina brilhou por um instante no ar antes de descer com uma precisão mortal.

Um golpe limpo e certeiro atingindo a base do crânio de Marcos, cortando qualquer chance de reação.

Enquanto o corpo de Marcos se inclinava lentamente para frente, o som de sua voz morreu na metade de uma frase, deixando apenas o silêncio dominar o ambiente.

O telefone deslizou de sua mão, caindo no chão com um impacto abafado.

Eu me mantive ali, imóvel, observando enquanto a vida se esvaía dele. Seu corpo desabou contra a mesa, e por um momento tudo parecia estagnado, como se o próprio tempo tivesse sido detido.

Guardei a lâmina com a mesma precisão com que a havia usado, sem deixar vestígios além do sangue que começava a se acumular na cadeira.

Um golpe limpo, uma missão concluída.

Meu olhar percorreu o escritório luxuoso de Marcos, agora vazio de qualquer ameaça. Cada objeto ao redor–livros, esculturas, documentos–parecia distante, insignificante. Ele sempre se considerou intocável, seguro dentro de sua fortaleza de poder e influência. Mas ninguém é verdadeiramente invulnerável.

Virei-me em direção à porta pela qual havia entrado, sabendo que minha missão não era apenas eliminar Marcos. Havia algo mais naquela mansão que eu precisava encontrar. Algo que poderia virar o jogo para sempre.

Rainha Negra: o jogo da vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora