Poeta Falho

sentimentos ultramassivos (eu e eu - monólogo)

o seu melhor não é o suficiente. nunca será.
nada do que você fizer vai adiantar, é exatamente como uma frase que tu ouviu naquele dia: tudo evolui para o maior grau de desordem. absolutamente tudo.
não vale a pena se doar tanto dessa forma, pode desistir.
fracassado. maldita hora que surgiu a esperança nos teus olhos castanhos, só pra você cair nos mesmos erros e observar as mesmas situações se desenrolarem.
otário. é isso o que tu é. um grandíssimo idiota, que é gentil com todo mundo e espera um sorriso caloroso de volta, um abraço, ou um simples aperto de mão.
o que você vai ganhar no final? um grande foda-se.
por qual razão ela seria diferente de todas as outras pessoas? se tu continua sendo o mesmo lixo, a mesma escória, a mesma perda de tempo.
idiota. coitadinho.
o erro tinha que estar nos outros, é claro. só você mesmo pra acreditar nisso.
o que vai fazer agora? sentar e chorar? nem em um momento desses tu consegue tomar alguma atitude diferente.
tu realmente acreditou que ela iria saber lidar com as coisas que tu sente? tu realmente quis abrir o teu coração e compartilhar as tuas dores?
burro pra caralho. tu merece tudo o de ruim que aconteceu contigo.
isso é pra você ver se agora aprende, depois de anos e anos de decepções e tristezas.
imprestável. merda. todos no fundo te desprezam, todos te odeiam.
cobranças para todos os lados, e tu continua aí, parado, estático.
vais mesmo acreditar que alguém já gostou de ti? não tem como, é impossível.
é impossível sentir algo perto de amor com uma coisa que nem humana é. parece mais um algo morto, algo descartado que se encontra em um estado irreconhecível.
descartado. é isso o que tu és, por todos.
tua mãe te odeia porque tu fizeste ela perder o futuro dela.
teu pai te odeia porque tu prendeu ele na tua mãe.
tua avó te odeia porque ela preferiu morrer do que escutar as tuas orações e pedidos pra ela ficar.
e tu se odeia por carregar todas essas maldições consigo, pensamentos amaldiçoados, marcas amaldiçoadas.
pode parar de fingir agora.
é o momento de aceitar que tu não serve de nada pra ninguém, nem para si mesmo.