Estou morrendo
Morrendo em cada palavra vazia de uma folha qualquer
Engraçado que não nasci com um aviso de ''Cuidado, frágil!''
Nasci ansiando viver
Gritando, chorando exasperado pela liberdade
Inexplicável foi o meu primeiro contato com o mundo:
Cores, cheiros, sabores...
Lutei contra monstros, derrotei vilões e venci competições.
Mas qual a minha surpresa de não ser herói?
Percebi aos poucos que não poderia salvar o universo se não salvasse á mim mesmo.
Teci poesias noite após noite
Desmontei o meu ser observando o amanhecer
Amargurei com a lembrança de que a escuridão chegava breve
Soprando em meus ouvidos um pedido silencioso
Torpor é líquido pelo chão
Enganei-me com o mundo puro
De puro: Extingue-se
Sua foz outrora bondade, maldade virará
Cobre os céus com o sofrer
Tão pequeno para morrer
Tantas palavras a escrever
Longínquo teu alvorecer
Direi às palavras que desejas saber:
Não devoras quem te cobiça,
Nem mordas a mão de quem te alimenta
Cheia é a alma com tuas mentiras pequenas
Engana-te com a coerção
Amigos de puro coração,
Escrevo sem destinatário
Eu, que nasci no berço de um mundo puro
Tornar-me-ei ausente
Pois já não tenho mais ente,
Nem reconheço toda essa gente.

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Poeta Falho
شِعرO amor é um sentimento tão valorizado que transborda do coração para os versos.