Par sol[itário]

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A falta que você faz é genuína.

Olho as estrelas, o futuro cintila pelo espaço em minha direção, enquanto eu me perco entre o passado da nossa explosão.

Eu me sinto melhor ao saber que os anos luz que nos separam são os mesmos.

Da terra, eu brilho como uma estrela. Ardo, queimo e explodo. Mil fagulhas coloridas com tuas tintas, porque tu sempre coloriu a minha vida.
Eu preencho o vazio desse chão, dessa tela e desse ar.
Eu me modelo à maneira que tu gostaria de me montar.
Ora maleável, dobrável, inquebrável.
Mil maneiras de amor, mil toques de dor e ausências que marcam e riscam.
Me divido e não me reconheço, me perco na velocidade de mil supernovas e me estico como se estivesse em um buraco negro.
Me estico pra tentar te alcançar, flutuo pelo espaço a procura de teus rastros, por mais que eles digam que foi uma explosão solar.

Olhe para mim, estou percorrendo o céu.

O espaço tempo vai te trazer para mim
em outras realidades, em outros fins.
Vou viajar com você pelo espaço sideral
Vou te fazer acreditar que os batimentos dos nossos corações estão coordenados com os movimentos das galáxias.
Vou te amar em cada espaço vazio, em todos os infinitos finitos que existirem por aí.

Te trago amor, te trago e num súbito lapso de consciência, eu paro de fumar.



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Poeta FalhoOnde histórias criam vida. Descubra agora