Escrevo em um sonar de palavras tristes que talvez não cheguem ao teu coração. A dúvida sublime que me acompanha é de que sequer chegará à tua cabeça.
Dito nas linhas o que não se pode ser dito em voz alta, muito menos anunciado em um grito de dor para que todos escutem o clamor daquele que já não mais definha amor pela mesma pessoa em textos, que mais parecem avisos daqueles inúteis que ninguém nunca dá a devida atenção.
É um recito profundo daquilo que jamais tu vais saber, pois declaro que abro mão das fantasias e dos pensamentos que me levam até você. Decido ficar com os sonhos, e deles até faço questão. Porém, do sofrimento desacompanhado faço de tudo para me livrar.
A amargura desse capítulo torna, assim como me tornei tão amargurado como as frases que se dispõem nos trechos ansiosas para que possam se libertar. Afirmo que faria o mesmo se isso pudesse, de alguma forma, me levar até você. Escolheria virar carta em uma folha qualquer, ou talvez até mesmo em anúncio de jornal. Não há diferença alguma, já que todos nessa cidade sabem do meu amor por você.
Finalizo dizendo de minhas razões, pois sinto que já vou me estendendo por extenso, sendo que não deveria passar nem da metade. Aí é que recordo que com você sempre passo da marcação, porque rende, sempre rende. Rende até transbordar, e me sensibilizo com a falta de volume que tem meu coração.
Minhas razões são confusistas, e se fossem físicas seriam maciças. No entanto, são piores porque se entrelaçam aos pensamentos e me causam destruição tamanha.
Não seria minha escolha sofrer por você, fraquejar aos teus olhares, ansiar teu toque no meu, sentir falta do teu gargalhar, mas nessa história, meus desejos deixaram de importar muito antes que houvesse início, meio ou fim. Ouso palpitar que o que mais ocorreu entre nós foram fins, dos quais me corroem. Fins que tracionam todo o resto de caos e o resumem em um ponto final que se assemelham a um buraco negro.
O que remanesce disso? O tórrido velho sentimento inatingível que pouco a pouco, leva minhas alegrias.
Concluo então com uma única certeza: esta será a última atribuição que tem a essência do que sobrou de ti. De mim. De nós.
Por mais que a latência do meu amor por você permaneça a vagar, a tua presença no meu corpo permanece aqui. Nem que seja no corpo deste texto.
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Poeta Falho
PoesíaO amor é um sentimento tão valorizado que transborda do coração para os versos.