Marina
Depois de tanto chorar e conversar com Henrique, viemos até a casa de tia Andrea. Minhas coisas ficaram aqui quando fui para a empresa. Até então eu não tinha um lugar definido para ficar.
Como sempre, a forma de dona Andrea Luchesi nos receber é fazendo comentários sobre o namoro que ela tanto acredita que irá acontecer.
Eu já nem ligo mais pra isso, acredito que Henrique também não. As vezes até entro na onda. Mas me preocupa a reação que tia Andrea terá quando o filho apresentar outra pessoa como namorada.
Rick sempre foi meu melhor amigo. Ele e Felipe foram as amizades mais próximas que tive durante toda a minha vida. E com isso veio toda a proteção que dois amigos mais velhos teriam com a princesinha mais nova.
Sempre foram do tipo espanta pretendentes. Tá certo que eu não era de ter muitos ficantes, nunca gostei de envolvimento casual. Mas, os poucos garotos que tinham a mínima chance de eu trocar uns beijinhos, geralmente eram afastados pelos dois queridos que chamo de amigos.
Felipe era mais relaxado, embora bastante protetor, me via como a irmã mais nova. Então, algum amigo de confiança dele era uma boa opção para tentar algo comigo. Henrique já era mais controlador que ele.
Mesmo negando e dizendo que só tentava me proteger. Rick era do tipo que batia de frente com aqueles que acreditava não serem confiáveis, no caso quase todos os meninos que apareciam.
Inclusive o garoto que dei meu primeiro beijo não gosta de Henrique até hoje, e acho que o sentimento é recíproco. Os dois já não tinham uma boa relação, pra piorar, Rafael fazia questão de provocar meu amigo sempre que surgia uma oportunidade. Um grande idiota, hoje até eu reconheço isso.
Enquanto Henrique desce minhas malas para irmos embora, Tia Andrea aproveita para se atualizar dos acontecimentos de hoje.
Contei á ela sobre tudo. Desde o reencontro com Henrique, da saudade que senti. Da minha incredulidade ao ver ele e o quanto chorei.
Com o passar do tempo parece que nossa conexão aumentou muito. Eu que não era de demonstrar afeto com toque físico não conseguia sair do seu abraço.
Também não era tão emotiva. Sempre chorei sozinha. São raros os momentos que demonstrei fragilidade paga algum deles. Mas, parece que a distância é até a passagem da adolescência para a vida adulta me desarmaram de certa forma.
Passei a ver eles como meus portos seguros, onde poderia ser eu mesma sem preocupação. Tudo bem eu ser forte sozinha, mas se tiver alguém para me acolher na fraqueza é melhor ainda.
Contei também o quão mágico foi pegar Maitê. O sentimento bom que me invadiu. O instinto que foi despertado.
Sem dúvidas esse foi o momento mais marcante da minha vida até hoje. Posso não ser a mãe, mas sinto que tenho uma filha.
Emocionada tia Andrea me abraça apertado.
— Ai minha filha. Eu sempre soube que você era especial. — suas palavras me tocam — Você é luz nessa vida. E sei também que será a mãe que minha neta precisa.
Me emociono mais uma vez. Todo amor que sinto por eles vem do fundo do meu coração. Aquece minha alma saber que ela reconhece a genuinidade desse sentimento.
— Tia! — exclamo com a voz embargada — Prometo dar o melhor de mim por aquela criança. Ela já tem todo o meu coração, farei até mesmo o impossível para ver sua felicidade. — afirmo convicta.
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Minha Princesa 🧡 - A História de Marina e Henrique.
RomanceMinha princesa conta a história de Henrique e Marina, dois melhores amigos que se unem na missão de criar Maitê, filha de Henrique. Henrique morava na Alemanha e se mudou para Nova York quando Maitê nasceu. A genitora da menina aceitou sair de suas...