11.

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  Ao entrar no banheiro, Mark visualizou as portas fechadas e bateu na última, ao lado da parede.

— Hyuck... Eu sei que você tá aí. — o mais velho disse.

— Mark? — fungou — Vai embora. Eu tô bem.

— Não, não tá. Entendo se não quiser falar comigo, e tá tudo certo se você me odiar ainda mais, eu sou um idiota e é seu direito. Mas, por favor, me desculpa. — suspirou.

— O que? Mark Lee pedindo desculpa? Acho que é por isso que tá tudo tão estranho hoje...

— Ah, sim. — ele riu — Muito engraçadinho, Donghyuck! Mas é sério. Me desculpa. — o Lee mais novo abriu a porta — Você não é uma pessoa ruim, nem nada assim... Devia confiar mais no seu taco.

  Eles sorriram, enquanto Hyuck enxugava algumas lágrimas corriqueiras.

— Eu sei que não sou só eu que fico afligindo seu coraçãozinho... — o mais velho continuou, sorrindo — Nem me acharia tão importante assim! — eles riram — Mas, Hyuck... Você tem algo incrível, e todo mundo sabe disso! É uma pena que até eu saiba, e você não.

  Permaneceram em silêncio por alguns segundos, enquanto Donghyuck processava as palavras do outro.

— Obrigado, Mark. — baixou a cabeça — Acho que você sabe que não é fácil, mas ainda me ajudou muito. Sendo verdade ou não, obrigado por ver algo bom em mim... Por ter vindo aqui e dito isso. — se levantou, o puxando para um abraço demorado.

  Era o primeiro abraço deles em muito tempo.

  O Lee mais velho apenas agarrou a cintura do outro com devoção enquanto se apertavam. Não sabia quanto tempo havia esperado por isso em silêncio, e nem se receberia outro desse.

  Ele não disse "de nada" porque não era preciso. Aquilo falava muito mais do que Mark, com suas poucas habilidades de comunicação, poderia expressar. Ele não reafirmou que era tudo verdade, não repetiu suas palavras novamente. Não havia porquê, pois ele sabia que sim. E mais do que isso, o que realmente importava: Donghyuck também sabia que sim. Ele sempre soube.

  E, para confirmar seus pensamentos, a resposta mais clara da vida de Mark foi quando, ao mais novo desfazer o abraço, seus rostos ficaram próximos.

  Muito próximos. As mãos de Hyuck ainda rondando seu pescoço enquanto as suas seguravam a cintura esculpida do moreno, a respiração dele contra sua pele...

  Já sentiu isso antes. Entreabriu os lábios, dividindo o olhar entre as orbes escuras do mais novo e sua boca. Donghyuck o encarava com tanta intensidade que sentia o ar ficar rarefeito. Ia fechar os olhos quando...

— É... Vamos lá, então... — Hyuck cortou seus pensamentos, se afastando e coçando a nuca, envergonhado — Temos um duelo! — e saiu correndo, enquanto puxava o outro pelo braço.

  Antes mesmo de entrar na sala direito e olhar a cena, puderam ver Renjun lançar Yang Yang contra o chão, usando um feitiço.

— Certo, ótimo! Próxima dupla... — conferiu no caderno — Mark e Donghyuck! Onde eles estão?

  E, antes que Jeno inventasse uma desculpa, os outros Lee apareceram no corredor.

— Aqui! Estamos aqui. — disseram em uníssono, se olhando.

  Eles foram até o tapete, no centro da sala, de forma que ficassem de frente um pro outro. Ainda tentavam se recompor do que havia acontecido no banheiro.

— Vou pegar leve com você. — o grifinório falou.

— Obrigado, Mark. — Donghyuck disse em tom irônico, enquanto o outro se afastava.

  Era possível escutar alguns "vai, Mark!", vindos de seus amigos, e dos demais alunos da grifinória.

  Eles pegaram suas varinhas, se encarando intensamente. O mais velho se preparou para lançar o feitiço, mas foi cortado pelo outro:

— Estupefaça! — Hyuck o atirou contra o chão, numa onda forte que só poderia ser feita com muita destreza.

  O canadense caiu, sentindo o impacto do chão, e colocou sua mão na bunda.

— Aí! — foi tudo que ele disse antes que seu professor comentasse que Donghyuck foi ótimo e que, com isso, a aula havia encerrado.

  Seus amigos foram em sua direção, e o Lee sonserino foi o primeiro a estender sua mão.

— Vem. — ele disse, assistindo o outro segurar seu braço e levantar. — Pegou leve, né? Acho que poderia ter dificultado um pouquinho mais... — eles riram, e Mark deu um soco leve em seu ombro.

  Como se o dia já fosse outro, os cinco garotos caminhavam em direção à aula de transfiguração com um sorriso no rosto.

amortentia !markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora