"Certo rei, recém coroado após a morte de seu pai. Estava por desfrutar de todos os prazeres e frutos de glória, que o maior entre os maiores da hierarquia monarca poderia obter. Vasto era o seu poder, amplo era o seu reinado, rica a sua beleza, estatura e fama.
Porém, o mesmo, em determinada noite, fora surpreendido por uma estranha revelação em sonhos, que essa, não lhe permitiu mais pregar os olhos, pois bastava simplesmente piscá-los que visões pavorosas lhe subiam á mente.
Preocupado, o mesmo convocou a presença de todos os sábios, adivinhos, astrólogos e feiticeiros de todo o reino e alguns, até mesmo, enviados de províncias vizinhas, na tentativa de que o rei pudesse ter o seu sonho desvendado e o seu coração aquietado. Todavia, este não obteve o êxito que tanto esperava, na vinda de cada sábio ou místico á sua presença, nenhum conseguia solucionar àquele enigma, pois a cada consulta, seu coração e sua mente continuavam acorrentados ao peso daquela dúvida.
O que o deixava ainda mais perturbado ".- [...] Como podem ser chamados de "Sábios"; quando não conseguem ao menos ver aquilo o que está além da própria insignificância de vocês? - Esse questionava ao levantar-se de seu trono, após ter convocado á presença daqueles homens - Já me subteram á "Feitiços", "Encantamentos" e "Dizeres" que não passam de meros truques á luz dos meus olhos, no intuito de me convencer de que sabem o que estão fazendo quando não passam de vermes debaixo dos meus pés! Aproveitadores de tempo e paciência que na qual eu não tenho! Será que terei de aplacar a sede da lâmina de minha espada que clama pelo sangue daqueles que não têm serventia alguma? Quando o seu rei e senhor mais precisa?! - Exclamou o "Jovem Monarca" cujo o bradar de sua voz, ecoou por toda sala do trono em que se reunira
Já desgastado pelo passar de tempo, a falta de êxito e o furor que seus esbravejos constantes exigiam a cada nova tentativa, esse, pesadamente arrastou-se e lançou-se no assento de sua majestade, na emissão, de um profundo suspiro:
- Saiam todos... - Desdenhava dos presentes, sem poupar nenhum guarda real que fosse - Saiam todos da minha presença. - Suspirou - Pois, ao menos merecem respirar o mesmo ar que eu. O seu rei.
" Os dias se passavam e nada. Ninguém conseguia ser capaz de decifrar o sonho do rei e lhe dar uma revelação no mínimo convincente. E conforme os dias se passavam, passavam-se também às noites, e como essas eram longas e inquietantes, nem mesmo os músicos mais harmônicos e sensíveis á arte melódica do sopro, cordas ou arpejos vocais, conseguiam fazer vossa majestade cair num sono tranquilo, sem que, na calada da noite, seu corpo transpirasse de modo gélido, e sua mente fosse atormentanda amargamente, ao ponto, de sentir seu dissabor no fundo da garganta ".
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- Até que um dia... -
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" Certa vez, estando o soberano a passear pelos jardins de sua morada, esse parou rente á uma robusta roseira, cujas rosas serviam de licença poética aos olhos do rei, que enxergava a beleza e o vigor de seu império, refletida em cada aveludada pétala da espécime, que impondo-lhe os dedos, as acariava delicadamente, quando uma velha senhora apareceu de modo repentino e quase que inexplicável ".
- O que fazes aqui? Quem é você? - Questionou aos espantos, medindo de cima abaixo, aquela mulher adornada por surradas vestes
- Sou apenas uma mensageira - Respondeu num ar de mansidão gasto e rouquido
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A Fera & Eu
SpiritualInspirada na obra original de Madame Leprince de Beaumon. Convido você estimado leitor, á acompanhar essa releitura pertencente á um dos meus contos preferidos, adaptado de forma impecável pela produção cinematográfica de Walt Disney, "A Bela e a Fe...