CAPÍTULO 15.

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No dia seguinte, logo pela manhã, Bela caminhava pelos jardins de entrada, lá, essa encontrou-se novamente com o cavalo branco do amo do castelo. Ela aconchegou sua destra contra o semblante do animal, que logo cedeu ao afago da moça, e ela, transparecia de certo modo, saber lidar com a tal criatura. Bom, ao menos com essa em questão. Que parecia á vontade com a presença da moça e com o som de sua voz, que de mensinho, lhe sussurrava:

- É... - Esvaiu um longo suspiro - Você me faz lembrar de casa sabia? - Lhe soava de modo dócil, á medida em que procurava o seu olhar - Á essa hora, meu irmão estaria voltando de uma matinal volta á cavalo pela floresta, Anya estaria pondo a mesa do desejum... Sempre tão ocupada e resmungando pelos cantos - Suspirou aos risos - E meu pai... Ahh... - Por mais uma vez emitiu àquele som interno, ao recordar-se de Maurice - Estaria em sua cadeira de balanço, posta á varanda de casa e de frente para o alvorecer, eu costumava lhe servir a primeira infusão do dia alí, me achegava de mansinho até ele, introspecto na maioria das vezes, atento á paisagem no horizonte, às lembranças... - Recordava - Era o meu primeiro sorriso de todas às manhas, e o último de todas às noites. Bom, o único na maioria das cezes. - Pontuou, logo em seguida, obtendo uma reação de achegou do cavalo

Na compainha de alguns sorrisos intercalados áquela interação, ambos eram vistos ao longe pela Fera, que seguia os passos da moça com a densidade hostil, submersa á imensidão de seus olhos, do alto de uma das torres da Ala Oeste do castelo. Sentindo a sensação de estar sendo observada pôr de sobre os ombros, e á procura de onde emanava tal conflitante incômodo, Bela logo avistou a figura da Fera, que sendo confrontado pelo semblante da moça, voltou suas costas, e afastou-se da sacada, a deixando em meio às dúvidas que apenas enegreciam sua "Pessoa".

Após mais algumas voltas, nos arredores de sua nova "Casa", e tendo por si só como compainha num vácuo isento de sons e calor humano, Bela, retornou adentro do lugar, onde o tempo e tudo á sua volta, pareciam ser eternos. Como se sua vida agora, pertencesse á uma gravura emoldurada e eternizada, onde o seu cenário é imutável, e sua realidade, contínua.

Chegando às portas de sua alcova, essa, foi logo surpreendida pelo o que pareciam sons grunhidos e indecifráveis vindo de dentro seu espaço, em sumo, á barulhos de desordem que conforme se aproximava, tornavam-se mais e mais instigantes, de um modo curioso e até mesmo hostil. Ao aproximar sua mão da rigidez fria da maçaneta, a porta abrira involuntariamente, num quase imperceptível movimento, afinal, ela estava entreaberta, e ocultava até então, a presença da Fera, alí, no que parecia ajuntar todos os registros do autor, Rei Sandor, para adentro de urna em que estavam:

- [...] O que está fazendo? - Questionou a moça, que de modo minucioso adiantava alguns passos em sua direção, da mesma forma, que cuidadosamente emitia com cautela cada palavra

- Isso não deveria estar aqui... - Respondeu a Fera, que no pontuar de sua fala, selou num movimento brusco aquele compartimento

- Mas, por quê não?

- Ahh... Você faz perguntas demais sabia? - Suspirou aos pesos

- Me desculpe mas... A presença dos mesmos, não me incomoda.

- Mas a mim sim! - Concluiu - Por isso estou os levando daqui.

- Por favor... - Indagou no avanço de mais um passo contra a Fera, que de costas, estava prestes a erguer a urna para levar consigo - Deixe-os aqui, de certa forma, eles têm sido a única coisa que me têm feito por compainha nos últimos dias, ou melhor, que ocupam e até mesmo entretém os meus pensamentos enquanto... - Suspirou - Enquanto estou aqui.

- Você não precisa deles... Eles não têm nada haver com você.

- Então, á você teriam?

Ela não obteve outra resposta, que não fosse o seu silêncio:

A Fera & EuOnde histórias criam vida. Descubra agora