CAPÍTULO 03.

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- " No mais tardar... " -

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Bela, estava em seu quarto. Uma cama de madeira maciça, esculpida á mão e ao centro da alcova. As paredes eram de pedra bruta, frias ao toque. Em seu leito, sob o colchão recheado de palha, e que antes de sua chegada estava encoberto por uma colcha de linho espesso. Ela lia um de seus exemplares favoritos de cabeceira, onde um pequeno móvel sustentava um jarro d'água, o "Porta-Jóias" de sua mãe e um candelabro de velas:

- Minha querida... - Chamou o seu pai às portas - Posso entrar?

- Claro que sim. - Respondeu - Entre.

Maurice, achegou-se até a moça, tomando um lugar de assento em seu leito, ele admirava dócil e afetuosamente, o semblante de sua filha:

- Você está bem? - A questionou

- Estou sim. Na verdade, eu iria fazer a mesma pergunta. - Acomodou-se, para aproximar-se melhor da feição de seu pai - Têm certeza de que essa viagem é realmente necessária? Digo, o senhor acabou de se recuperar, não vejo com bons olhos que saia ao relento e estrada á fora nas condições que há dias estava.

- Se dar aos luxo de ceder aos nossos desejos, não é uma opção quando se é o arremo da família. - Suspirou - Precisamos fazer o que deve ser feito Bela.

- Eu poderia ir com o senhor.

Maurice emite algumas risadas:

- Bela... - Sorriu - Não se preocupe, seu pai já sabe se cuidar sozinho. Sem dizer, que não é hoje aquela festa na aldeia? Seus irmãos estão se preparando para ir.

- É eu sei... Todos estão.

- Menos você. Acertei?

- Eu não sei meu pai. Digo, mesmo que eu quisesse tanto quanto os demais... Acho que não me sentiria confortável, entende?

- Mas, por que diz isso? Acaso alguém a destratou ou a têm destratado na aldeia?

- Não, de forma alguma. A verdade é que, atualmente... Todos têm estado tão preocupados consigo mesmo, olhando mais pra fora do que pra dentro, que a última coisa de que se lembram é se estão olhando aonde pisam ou se estão pisando em alguém.

- Eu entendo. São tempos difíceis esses. Mas, não deve deixar que o desamor dos outros, interfiram ou ditem a sua vida.

- Eu sei. Mas, é como se eu não me sentisse pertencer a esse lugar. Como se... Fosse um peixe fora d'água. - Fitava ao longe - E sim, talvez algo esteja de errado comigo por pensar assim.

- Creio que isso não seja verdade.

- Não?

- Não... E sabe porquê? Por que quando se está num mundo, onde todos estão loucos. É loucura para os loucos, pensar estarem errados - Pontuou num sorriso

- Para quem não enxerga, o espelho nunca mente... - Complementou a moça, causando alguns risos em seu pai

- Minha menina... - Balbuciava, acariciando o semblante dessa, antes de voltar com os olhos, para o móvel de cabeceira do quarto - Mas, o que é isso?

A Fera & EuOnde histórias criam vida. Descubra agora