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- " No mais tardar... " -
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Bela, estava em seu quarto. Uma cama de madeira maciça, esculpida á mão e ao centro da alcova. As paredes eram de pedra bruta, frias ao toque. Em seu leito, sob o colchão recheado de palha, e que antes de sua chegada estava encoberto por uma colcha de linho espesso. Ela lia um de seus exemplares favoritos de cabeceira, onde um pequeno móvel sustentava um jarro d'água, o "Porta-Jóias" de sua mãe e um candelabro de velas:
- Minha querida... - Chamou o seu pai às portas - Posso entrar?
- Claro que sim. - Respondeu - Entre.
Maurice, achegou-se até a moça, tomando um lugar de assento em seu leito, ele admirava dócil e afetuosamente, o semblante de sua filha:
- Você está bem? - A questionou
- Estou sim. Na verdade, eu iria fazer a mesma pergunta. - Acomodou-se, para aproximar-se melhor da feição de seu pai - Têm certeza de que essa viagem é realmente necessária? Digo, o senhor acabou de se recuperar, não vejo com bons olhos que saia ao relento e estrada á fora nas condições que há dias estava.
- Se dar aos luxo de ceder aos nossos desejos, não é uma opção quando se é o arremo da família. - Suspirou - Precisamos fazer o que deve ser feito Bela.
- Eu poderia ir com o senhor.
Maurice emite algumas risadas:
- Bela... - Sorriu - Não se preocupe, seu pai já sabe se cuidar sozinho. Sem dizer, que não é hoje aquela festa na aldeia? Seus irmãos estão se preparando para ir.
- É eu sei... Todos estão.
- Menos você. Acertei?
- Eu não sei meu pai. Digo, mesmo que eu quisesse tanto quanto os demais... Acho que não me sentiria confortável, entende?
- Mas, por que diz isso? Acaso alguém a destratou ou a têm destratado na aldeia?
- Não, de forma alguma. A verdade é que, atualmente... Todos têm estado tão preocupados consigo mesmo, olhando mais pra fora do que pra dentro, que a última coisa de que se lembram é se estão olhando aonde pisam ou se estão pisando em alguém.
- Eu entendo. São tempos difíceis esses. Mas, não deve deixar que o desamor dos outros, interfiram ou ditem a sua vida.
- Eu sei. Mas, é como se eu não me sentisse pertencer a esse lugar. Como se... Fosse um peixe fora d'água. - Fitava ao longe - E sim, talvez algo esteja de errado comigo por pensar assim.
- Creio que isso não seja verdade.
- Não?
- Não... E sabe porquê? Por que quando se está num mundo, onde todos estão loucos. É loucura para os loucos, pensar estarem errados - Pontuou num sorriso
- Para quem não enxerga, o espelho nunca mente... - Complementou a moça, causando alguns risos em seu pai
- Minha menina... - Balbuciava, acariciando o semblante dessa, antes de voltar com os olhos, para o móvel de cabeceira do quarto - Mas, o que é isso?
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A Fera & Eu
SpiritualInspirada na obra original de Madame Leprince de Beaumon. Convido você estimado leitor, á acompanhar essa releitura pertencente á um dos meus contos preferidos, adaptado de forma impecável pela produção cinematográfica de Walt Disney, "A Bela e a Fe...