CAPÍTULO 12.

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" Anos Atrás..."

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Na Sala do Trono de sua majestade. Ocorria o período de resoluções de audiências que eram trazidas ao conhecimento do mesmo. Iluminado por tochas e decorado com estátuas de mármore, o outrora Jovem-Rei, no ápice de sua soberania, observava com desdém enquanto dois de seus súditos se aproximavam de seu trono e lhe prestavam reverência. Um artesão e um mercador.

- Majestade... - Introduziu o Artesão - Este homem, me deve uma grande soma por móveis que fiz para ele. Já se passaram meses e ele se recusa á realizar o pagamento pelos meus serviços

- Soberano, se me permite falar... Os móveis que me foram entregues, vieram com defeitos. Não posso pagar por algo que não está à altura do meu comércio - Respondia o Mercador

- Como assim com defeitos?! - Exclamou voltando-se para o Mercador

- Sabes bem do que estou falando... Há tempos que seus produtos não estão á vir com a mesma qualidade de outrora. E por causa disso, não tenho tido um retorno positivo. - Justificava

O Rei, distraído, girava com um anel em seu dedo, claramente, desinteressado na causa discutida entre esses:

- Tá'... Tá'... Tá'... Silêncio vocês dois! Já falaram mais do que deveriam... - Suspirou num fadigado franzir de olhos - Pois bem, eis o que vou fazer... - Acenou para o escrivão á sua direita - Mercador, pague metade do valor ao Artesão. E que isso encerre a questão de vocês. Próximo!

- Mas, Majestade... - Interrompeu o Artesão aos gaguejos - I-isso não cobre nem os custos dos materiais. E-u ficarei arruinado!

Nesse momento, um dos conselheiros mais antigos e sábios do reino, que havia servido ao pai do jovem monarca, interveio. Seu nome era Berg, um homem de cabelos grisalhos e um olhar sereno, conhecido por sua justiça e integridade desde os tempos do antigo Rei:

- Soberano, se me permite, sugiro uma solução mais... Viável para ambas às partes. - Tomou á frente, sem lhe faltar com um soar de reverência em sua voz - Decida que o Mercador pague o valor total ao Artesão. Entretanto, que este em troca, conserte os defeitos dos móveis. Assim, ambos saem satisfeitos. E digo mais, que o Artesão receba metade do valor total antes do serviço, e a outra metade, somente depois dos reparos serem feitos.

- Já está decidido Berg... - Voltou-se com o semblante para ele - O Mercador, pagará metade do valor ao Artesão. E que isso encerre a questão dos dois. Guardas por favor, tire-nos daqui.

E aconteceu que os dois homens, foram tirados da Sala do Trono e da presença de seu soberano. No mesmo dia, dois outros súditos plebeus eram trazidos á presença do Rei, dessa vez um casal de camponeses que aproximavam-se timidamente curvando-se em sinal de reverência:

- Majestade, vim clamar por sua justiça. - Dissera o homem - Esta mulher, minha vizinha, invadiu minhas terras e colheu os meus grãos sem a permissão...
- Ressaltou

- É verdade o que ele diz mulher? - Voltou-se o Rei para a acusada

- Sim senhor... Mas, eu só colhi, o que estava além da cerca, que sempre foi considerada terra de ninguém. Na verdade, meu filho estava faminto, e não comíamos decentemente á dias... Eu não tinha outra escolha.

- Vê Excelência! Ainda usas do próprio filho para justificar o furto!

- Mas é a verdade!

- Silêncio... - Interveio - No meu reino, não existe "Terra de Ninguém"... Todas às terras são minhas, e eu decido o seu uso. - Corrigiu, calando os dois - E eis o que vou fazer... Mulher, que você pague ao camponês o valor dos grãos que colheu, e que isso não se repita.

A Fera & EuOnde histórias criam vida. Descubra agora