De volta, Bela encontrava-se em seu quarto, o último cômodo do corredor do modesto casebre onde vivia com seu pai e irmãos. Já vestida para dormir, ela se assentava ao balcão da janela de seu dormitório, desatando a trança que prendia a extensão de seus longos cabelos negros.
O brilho da lua cheia refletia-se em sua camisola alva, criando um contraste etéreo. O castanho de seus olhos, eram voltados para a noite lá fora, em silêncio ela contemplava a escuridão profunda, tão negra quanto seus cabelos, tão misteriosa quanto a vastidão noturna, era como um espelho da própria alma de Bela, cheia de sonhos e segredos não revelados, enquanto a palidez da lua iluminava suavemente seu rosto sereno. Ela não sabia, mas a última coisa de que estava, era só. Por mais que se sentisse assim. Ela tinha um Pai que a amava, que se importava com ela e sim, tinha a exata noção, onde mais lhe doía pensar e lembrar, desde os "Talvez", aos "Por quês".
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" Na manhã do dia seguinte... "
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Na manhã seguinte, Bela seguia até o poço perto de sua casa, ao local de pastagem dos animais. Trazendo um balde consigo, ela se achegava ao local. O poço d'água era antigo, com pedras á borda, e uma corda robusta que pendia de uma roldana enferrujada.
Els abaixava o balde cuidadosamente, ouvindo o som da água ao enchê-lo. Num considerável esforço, ela trazia o balde de volta. Assentada à beirada do recanto do subsolo, Bela usava da primeira remessa d'água para umidecer seu colo e a nuca, aliviando-se com o frescor do calor da manhã. Com os olhos que fitavam a azulidão celeste do céu, onde as nuvens se moviam lentamente, e o sol beijava as maçãs de seu rosto. A brisa suave pairava no ar, trazendo-lhe o refúgio matinal de um novo dia.
De repente, seus pensamentos alheios, levaram-na de súbito á um episódio recente, algo que sucedeu á noite anterior, quando ela e os irmãos voltavam da aldeia:
- [...] Eu tive um sonho na noite anterior.
- Todos sonham Bela. Com você não seria diferente - Respondeu Ulisses
- Eu sei... Mas, não foi qualquer sonho, digo, parecia fazer parte de algo que... Talvez eu ainda não entenda. Mas, vou entender algum dia. Pois, era tão real... - Balbuciava - Eu, vocês e o nosso pai estávamos em casa, parecíamos estar afoitos, esperando por alguém, pois estávamos colocados um do lado do outro, às portas, do lado de fora da casa na expectativa de esperar por algo. E então, alguém surgiu no horizonte, vinha á galope, montado num cavalo branco, de crina tão alva quanto o pó das estrelas, e olhos tão negros, quanto o breu do manto da noite escura, seus cabelos eram dourados como sol e cumpridos como fios de ouro que são usados para tecer cortinas de palacios e castelo, eu não conseguia ver o seu rosto, e tão pouco acho que o reconheceria, mas ele desceu de sua montaria, e se dirigiu á frente de nós, e por alguma razão, a sua imponência que vinha se aproximando a cada passo, e que pareciam ecoar por toda a terra, fez com que todos vocês se ajoelhassem, como que num ato de reverencia, menos eu, por alguma razão, eu não conseguia dobrar os meus joelhos, apenas curvava os meus olhos, e era capaz até mesmo de sentir o calor de sua presença, como um primeiro e ameno facho de luz solar, que passa pelas frestas das janelas logo de manhã, e toca o meu rosto.
- Então você está querendo dizer... Que estávamos todos de joelhos diante de você e essa tal figura misteriosa? - Dissera Anya
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A Fera & Eu
SpiritualInspirada na obra original de Madame Leprince de Beaumon. Convido você estimado leitor, á acompanhar essa releitura pertencente á um dos meus contos preferidos, adaptado de forma impecável pela produção cinematográfica de Walt Disney, "A Bela e a Fe...