CAPÍTULO 06.

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Após o inusitado ocorrido, Bela voltava do pasto, e já podia avistar a varanda de sua casa. Seguindo com a rotina doméstica de seu dia-a-dia, ela dava de beber aos cavalos, e de comer as galinhas. Seu coração, parecia ter ficado á beira daquele poço, pois não conseguia pensar em outra coisa que não fossem nas palavras daquele carpinteiro.

Às portas da estrebaria e ao recanto dos animais, ela ouviu o som de um galope, cujas as rodas de uma charrete acompanhava o caminhar de alguns cavalos. Era Jacques, que trazia a encomenda de Maurice, sua cadeira de balanço, curiosamente ele vinha na compainha de Elaric seu irmão, montado em em sua própria montaria:

- Bom dia Bela. - Disseram os dois

- Jacques. - Achegava-se a moça - Elaric.

- Vim trazer a encomenda de seu pai.

- E eu... Falar com o mesmo. - Complementou o mais forte

- Ele não se encontra Elaric, saiu em viagem.

- Foi o que eu disse á ele... - Respondeu Jacques num meio sorriso

Não demorou muito, para que esses, fossem recepcionados por Ulisses, que tomando a frente, recebia-os para adentro de casa. Porém, antes que Jacques pudesse adentrar, Bela, sob discrição, o chamou para perto de si:

- Jacques, você que conhece quase todo mundo na aldeia... Poderia me dizer se conhece um Carpinteiro que costuma fazer algumas entregas na aldeia, e que á uma altura dessas, já deve estar por lá?

- Carpinteiro? De fora da aldeia? É difícil saber... Muitos comerciantes fazem ponte de negócios entre cidades... Ao menos você sabe como ele se chama?

- Não. Não sei... Mas ele sim me conhece.

- O que disse?

- Esqueça... - Sorriu em ameno, num apanho sútil ao braço do rapaz - Mas, e você? Eu queria ter lhe falado antes de partir na noite anterior mas...

- Está tudo bem Bela. - Suspirou - Ao menos, aquilo serviu para que eu não alimentasse falsas esperanças.

No mais tardar, enquanto ainda conversavam acomodados no interior da casa. A cuidar dos jardins dos fundos, lá estava a filha mais nova do mercador, abaixada, de frente para um recanto de Orquídeas, ela cantarolarava consigo, quando uma sombra aproximou-se á sua dianteira:

- Olá Bela. - Ouviu

Voltando com o rosto para trás, sob a luz do sol do meio dia e com uma das mãos a encobrir á altura dos olhos que trascendiam a claridade de encontro àquela sombra, ela respondeu:

- Elaric...

Logo em seguida, essa se levantou:

- Que... Surpresa vê-lo por aqui.

- Espero que tenha gostado. - Assentiu um meio sorriso - Podemos conversar?

- Bom eu... Estava cumprindo com as minhas tarefas agora. - Limpava com as mãos em seu avental, pôr de sobre um vestido azul - A não ser que não se importe...

- Eu só preciso que me escute. - Procurava os seus olhos, num anseio de aproximar-se dela

- Então... Nesse caso. - Deduzia aos gaguejos, que denunciavam o seu desconforto - Diga. - Adiantou os passos, agora contra um lago de patos, próximo a carroça de fenos

- Bela eu... - A seguia com o olhar - Sabe que me preocupo com você, não sabe?

- Eu... Agradeço o apreço, apesar de alertá-lo que... Não é necessário que se preocupe comigo, ou se dê ao trabalho disso.

A Fera & EuOnde histórias criam vida. Descubra agora