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" Os olhos de Bela se entreabrem... "
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Àquela, havia sido uma daquelas noites onde os mesmos, se encontravam pesados demais para se manterem despertos. Por isso, adormeceu alí, no leito do cômodo que até a sua chegada, obtinha um ar gélido que transitava dentre às quatro paredes, em sumo, a uma sensação que soava longe de parecer cômoda ou reconfortante, afinal, a moça havia perdido sua família, sua liberdade, e tudo mais num único dia.
Ahh... E como Bela se apegava com todas as forças, para que as decorrências de outrora, não tivessem passado de um mero sonho, mais uma pena das asas de sua imaginação, daqueles sonhos onde palavras faltam para explicá-los com clareza, seu sentido, sua fonte ou origem. Mas, aquilo não havia acontecido, e o dossel pôr de sobre a estrutura em cedro da cama, para onde seus olhos estavam voltados, a certificavam disso, o que a fez suspirar pesadamente antes de se assentar e avistar a luz da alvorada ás janelas de seu quarto.
O ranger da porta, anuncia a saída de Bela, e como num número circense onde o equilibrista cuidadosamente pisa um pé depois do outro numa corda suspensa, ela vagava pelo corredor que a levaria para a escadaria principal, seu receio, poderia ser levado em conta, unicamente ao se ver num ambiente que lhe parecia tão grande quanto desconhecido, e por falar sobre o mesmo, ela não sabia quando iria de ver novamente o amo do castelo, ou ser pega de surpresa pelo eco da voz daquela figura misteriosa que poderia lhe surpreender a qualquer instante. Suas mãos deslizavam ao corrimão da escada e aos detalhes esculpidos á essa, às portas de entrada lhe pareciam convidativas, todavia, às planícies dos fundos do castelo que lhe conduziram os pés até ao que algum dia, pudera ser chamado de jardim, porém este, a fazia crer que o tal havia de ter sido petrificado pela rigidez do tempo e congelado pela fria e sombria nuvem do esquecimento.
Num cenário longe de ser convidativo, e isento de quaisquer beleza natural, os pássaros não cantavam, e tão pouco sobrevoavam pôr de sobre o castelo, não se ouvira o canto, suspiro ou melódico som de nenhuma criatura viva, nada em absoluto emitia algum som á sua volta exceto a si mesma, que numa troca interna de ares, caminhava pôr de sobre uma neve macia e a beleza alva de fractais que reluziam como cristais á claridade do dia, poderia ser a única coisa que tornava a pobreza melancólica daquele lugar amena.
Mas, apesar de incômodo, nada podia ser tão amedrontador quanto a cerca viva de espinhos que se estendia ao derredor e o tornava intransponível ao mundo que um dia conheceu. Eles eram escuros, tais quanto a noite de um céu sem estrelas ou sob a luz pálida da Lua, e sim... Pontiagudos ao ponto de penetrar facilmente a ponta dos dedos, o que de fato aconteceu tendo essa se aproximado mais das limitações daquela redoma. Uma gota de sangue cai sob o solo néveo e a moça retorna para adentro do castelo.
Com o dedo adentro dos lábios, ela fazia o mesmo trajeto que a trouxera, porém, uma voz em meio ao som do silêncio, tomou conta do lugar:
- Pensei que fostes descer para jantar ontem... - Ecoou a voz do amo
- Eu não tive fome... - Bela desviou o percurso de seus pés, seguindo para o lugar de onde a voz desse emanava
- Não teve fome, ou teve medo?
A mesma achegou até uma ampla sala, onde aparentemente, aconteciam as refeições, como o amo outrora havia dito, lá estava posta uma mesa farta que essa, era iluminada pelos fachos de luz da lareira alta, cujo o desconhecido senhor daquele castelo estava parado, assumindo uma postura de mero observador das chamas que dançavam entre si.
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A Fera & Eu
SpiritualInspirada na obra original de Madame Leprince de Beaumon. Convido você estimado leitor, á acompanhar essa releitura pertencente á um dos meus contos preferidos, adaptado de forma impecável pela produção cinematográfica de Walt Disney, "A Bela e a Fe...