Capítulo 11

1.6K 172 102
                                    

Dia seguinte

Acordo e vejo que a Valentina ainda está dormindo, fico pensando sobre o assunto de ontem. Eu não sei porque isso de não ser fértil me incomoda tanto, eu passei a vida toda entendendo a minha condição, nunca me importei com nada disso e agora é tudo o que eu consigo pensar. Tento me soltar do corpo dela com cuidado para que ela não acorde, mas não adianta muito.

Bom dia, amor. – Falo sorrindo para ela.

– Bom dia... – Ela diz com a voz embargada de sono ainda, mas se senta na cama. – Tentando fugir de mim?

– Jamais, eu só preciso ir ao banheiro.

– Eu também! – Ela se levanta. – Mas vou beber um copo de água primeiro. – Ela vai em direção a cozinha e eu vou para o banheiro, urino e depois escovo os meus dentes. Valentina logo aparece. – Lu... – Ela se senta no vaso e eu a olho. – E se eu fizer o teste? Sabe, só pra desencargo de consciência...

– Pode ser, eu vou me vestir e saio pra comprar.

– Aqui ainda tem um daquela vez, é minha primeira urina do dia, acho que é o momento ideal.

– Tá aqui no armário? – Pergunto.

Sim. – Me abaixo e procuro, encontro ele, abro e entrego para ela. – Meu Deus, eu vou mesmo fazer isso?

– É só desencargo, não é?

– É... – Ela faz o teste e quando termina apenas coloca a tampinha, depois lava as mãos enquanto a gente espera.

Se aparecer o pauzinho, tá grávida. – Falo enquanto leio mais uma vez a orientação. Valentina encara o teste apavorada. – Calma, amor.

– Lu? – Ela sorri de nervoso. – Eu tô grávida! – Ela coloca as mãos na boca. – Isso é grávida? – Ela continua olhando para o teste um pouco confusa. – Lu, eu tô grávida. Lu!

– É sério? – Pergunto sentindo meu coração disparado no meu peito, isso é impossível, não é?

Lu... – Ela começa a ficar em choque.

Calma. – Falo sorrindo com a possibilidade da Valentina estar grávida. – É sério?

– Lu. – Percebo ela super pálida.

Calma, calma, calma.

– Eu não sei... – Sua voz embarga. – É isso? – Ela pega o papel que veio na caixinha do teste e lê novamente. – Eu tô grávida. Meu Deus, eu tô grávida! – Diz disparada.

Calma. – Tento passar tranquilidade, mas eu mesma me sinto apavorada e feliz.

Eu tô grávida. Não é possível!

– Você tá grávida, amor! – Falo super feliz.

Não é possível. – A gente se olha e começa a rir, ao mesmo tempo ficamos emocionadas e nos abraçamos. – Somos um em um bilhão? – Ela pergunta sorrindo e segurando o choro.

Eu acho que sim.

– Você tá feliz? – Ela pergunta com receio.

Não, é muito mais que isso.

– Nós vamos ser mães! – Ela diz sorrindo com os olhos cheios de lágrimas.

Vamos, amor!

O ESPAÇO ENTRE NÓS Onde histórias criam vida. Descubra agora