Capítulo 05

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Valentina

Enquanto tomo banho penso em tudo o que acabou de acontecer e não consigo evitar o sorriso no meu rosto. Em toda a minha vida eu nunca pensei em transar com uma pessoa que tem um pênis, nunca senti vontade, mas isso aconteceu e foi muito bom, não só pela situação em si, mas por ser com quem foi, com a Luiza. Por ser ela comigo tudo se tornou diferente e bom, eu já a desejava, mas saí daquela sala a desejando ainda mais.

Termino o banho e vou para a sala enrolada na toalha já que minha roupa está lá. Encontro Luiza que está em pé, completamente vestida com roupas limpas e meu vestido está dobrado no sofá, parece que ela tomou banho também e só observando isso que percebi que demorei mais tempo que o necessário no banheiro.

— Separei uma roupa para você, está no meu quarto, é a primeira porta à direita. — Ela diz me fazendo assentir.

Vou até a porta que Luiza indicou, abro encontrando seu quarto pela primeira vez e acabo abrindo um largo sorriso. A cor do quarto é azul da cor do céu, tem alguns quadros na parede sobre o sistema solar, em uma mesinha ao lado da cama tem algumas fotos aparentemente da Luiza quando era criança, adolescente e de quando se formou em Harvard acompanhada de seus pais. Ela sempre foi uma linda garota e sempre com traços muito femininos.

Coloco o vestido que ela deixou na cama para mim e vejo que ficou perfeito no meu corpo, Luiza sempre usa roupas mais largas, então é mais fácil que suas roupas caibam em mim, mesmo que meu corpo seja um pouco mais cheio que o dela. Fico mais um tempo olhando as fotos e viajando nos quadros dispostos nas paredes, eles parecem ter sido pintados à mão. De tanto olhar eu percebi perto da parede um tripé para apoiar o quadro e sorrio. Tenho muitas perguntas para fazer para a Luiza. Saio de seu quarto e sigo o cheiro gostoso de café que vem da cozinha, quando chego vejo Luiza terminando de colocar o líquido dentro da garrafa.

Que cheiro gostoso. — Falei fazendo ela me olhar, seu rosto ficou vermelho e eu adoro como ela fica com vergonha fácil.

— Obrigada. — Respondeu.

Acho que eu nunca bebi um café que não fosse de máquina. — Comento.

— Eu prefiro um bom café coado, o sabor é bem melhor. — Falou e apontou para a cadeira. Me sento onde ela indica e em seguida ela se senta em uma cadeira na minha frente. Luiza serve café para mim em uma das xícaras e depois faz o mesmo para ela.

Eu bisbilhotei o seu quarto. — Falo tímida.

Eu aposto que sim.

Desculpa, mas não pude deixar de observar. Ele é lindo e os quadros mais ainda, você pinta? — Perguntei curiosa.

Sim, é uma distração. — Me responde e bebe um pouco do café . — Eu pintava bastante quando era mais nova, eu tinha muito tempo para fazer isso enquanto todos saíam, mas agora não tenho mais por causa dos estudos.

— Você tem muito talento, parabéns.

Obrigada. — Falou com um sorriso bonito no rosto.

Você é uma astrofísica maravilhosa, não sai muito e tem um talento incrível para pintar, o que mais devo saber sobre você? — Perguntei tomando um gole do café.

Não tem muito mais o que contar sobre mim. O que eu sempre escondi de todos ao meu redor você já sabe. — Ergo a sobrancelha com a resposta curta que ela me dá. — Tá, eu adoro o universo, pinto nas horas vagas e é isso. — Ela disse dando de ombros. — Eu não sou interessante, te disse isso.

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