Tranquei a porta da livraria, o que foi um pouco difícil, já que estava com a minha bolsa pendurada nos ombros, e fui andando pelo caminho até a minha casa. Eu estou estranhando muito o fato de estar trabalhando, de não poder dedicar mais o meu dia inteiro nos meus livros e na escrita, mas não posso deixar de falar que eu estou gostando muito. A Thaís e a Tiana são muito queridas e tenho certeza de que vou me dar muito bem no meu novo emprego. Fazia tanto tempo que eu não trabalhava fora que eu já nem me lembrava mais como era ter que acordar cedo todos os dias, ter, de fato, um compromisso que não seja apenas abrir um notebook e escrever.
Por mais que eu quisesse já escrever muito aquele livro que eu tive a ideia recentemente, eu não poderia, pois ainda estava atarefada com algumas questões do lançamento, então tive que separar um tempo maior para organizar os posts do lançamento, ainda tenho que agendar para que ele seja publicado de forma online na Amazon e orar para que alguma editora queira publicá-lo de forma física, o que não é nada fácil.
Enquanto andava pela rua, estava pensando que aquele seria meu caminho todos os dias a partir de hoje. Eu sempre amei trabalhar, embora tivesse que abdicar algumas coisas para que isso fosse possível, como muitas vezes tive que parar de escrever, de sair com minha família, e agora, de ir ao meu lugar favorito. Mas, só de trabalhar com livros já me deixa um pouco mais feliz e, de certa forma, mais confortável.
Como eu estava andando e viajando nos meus pensamentos, nem vi que já havia chegado em casa. Abri o portão e assim que parei em frente à porta, pude ouvir o chorinho do Cheddar, como ele fazia todos os dias, quando chegava da biblioteca. Abri a porta e me deparei com ele balançando o rabinho de uma forma tão fofinha e feliz.
— Oi, garoto! — falei enquanto me abaixava para dar um carinho nele. — Sentiu saudades de mim?
Continuei ali dando carinho nele por uns minutos e fui direto para a cozinha lavar as mãos para preparar o almoço. Eu tinha cerca de duas horas de intervalo, mas, do jeito que eu demoro muito para cozinhar, principalmente quando estou ouvindo música, ficaria até amanhã para fazer um arroz com feijão.
Como já tinha deixado alguma coisa encaminhada, não demorou muito para que eu terminasse de cozinhar e quando vi, já estava almoçando. Ao terminar de comer, como sempre, coloquei um punhado de ração no potinho do Cheddar e subi para o meu quarto descansar um pouco. Tinha cerca de 15 minutos ainda e aproveitei para deitar um pouco na minha cama. Eu certamente não conseguiria dormir, e nem pretendia, até porque tinha medo de não conseguir acordar a tempo de chegar até a livraria.
[...]
— Muito obrigada, volte sempre! — Falei para uma moça que havia acabado de comprar alguns livros. estava muito feliz, pois já tinha atendido alguns clientes durante o dia e isso me fazia muito feliz. Um atendente deve tentar vender o máximo que conseguir e ainda sim atender o cliente com a maior educação e atenção possível!
Voltei para trás do balcão, onde estava antes mesmo de que aquela cliente chegasse e continuei a escrever. Como já havia adiantado boa parte dos posts, poderia escrever tranquilamente sem me preocupar, embora o lançamento do meu novo livro fosse daqui a três dias.
Confesso que eu estava bem empolgada com o novo livro que estou escrevendo no momento, mal vejo a hora de anunciar, mas ainda não estou preparada para isso. Sempre que eu começo a escrever um livro novo, espero pelo menos escrever até o capítulo 15 até finalmente anunciar no meu Insta. Muitas vezes, no início da minha "carreira", já tive que lidar com histórias pausadas por não ter mais criatividade ou simplesmente não conseguir mais me sentir na mesma vibe da história, por isso comecei a fazer nesse sistema.
Parei um pouco de escrever e peguei meu celular. Abri o Instagram, me virei e tirei uma foto minha de uma forma que aparecia o notebook no fundo. Postei, sem legenda nem nada, só a foto e um filtro para que não aparecesse que minha cara estava tãooo lavada, porque estava. eu não tinha passado nem um pouquinho de maquiagem, nem mesmo uma manteiga de cacau.
Desliguei o celular e continuei a escrever e escrever mais. Não me cansava dessa vida de escritora, e esperava que nunca me cansasse, muito menos desistisse...
[...]
Nina (21:07)
Boa noiteeeeeeee!!! Primeiro dia de trabalho concluído!
Carol (21:11)
E ainda não foi demitida? Que milagre...
Mãe (21: 12)
Boa noite, minha princesa! Que bom, você gostou? Te trataram bem? Quer vir me visitar? Traz o Cheddar junto?
Nina (21:13)
Mãe? Esqueceu que eu acabei de falar com você por ligação?
Mãe (21:13)
Verdade, tinha esquecido.
Pai (21:14)
Encostou os fios hehehehehe.
Carol (21:15)
Tirando o foco da Nina, finalmente eu saí da tão tenebrosa semana de provas!!!!
Pai (21:15)
Que bom, assim você lembra de vir nos visitar.
Nina (21:16)
Graças à Deus! Vem me visitar um dia desses?
Carol (21:18)
Eu não visito pobre.
Nina (21:20)
Falou a rica...
Mãe (21:23)
Vai começar...
Pai (21:24)
O que eu perdi?
Carol (21:25)
Pai, você estava on-line à pouco tempo, como não leu as mensagens?
Pai (21:27)
Eu nem leio, só pergunto pra sua mãe depois. Tenho mais o que fazer!
Mãe (21:28)
Mentira, ele está tocando violão na varanda enquanto faz companhia pra cachorra.
Nina (21:33)
Como sempre...
Continua...
Oi, pessoasss!!! O que estão achando da história? Fiquem à vontade para dar sugestões sobre o que gostariam de ler por aqui. Só pra avisar que os pais da Nina foram inspirado nos meus pais, certo? Só uma curiosidade ksksksks.
Beijinhos, até o próximo capítulo!!!!!
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Nina e Hugo: Entre olhares, sussurros e leituras - DEGUSTAÇÃO
RomanceLavínia, ou melhor, Nina, é uma escritora de romances muito fofinhos que mexem com suas leitoras, sendo elas quase todas adolescentes. Nina mora sozinha, passa grande parte dos dias na biblioteca da cidade e ama seu cachorrinho Cheddar. Para quem nã...