Capítulo 07_ Não, peste!

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No mesmo dia...

— E aí, o que achou? — Carol falou do outro lado da tela. Estávamos fazendo uma chamada de vídeo e ela estava me apresentando as ilustrações que havia feito dos personagens. Graças à Deus eu tenho uma irmã ilustradora e assim não preciso gastar com mais isso para o livro.

— Ficou perfeito! — Falei ao admirar as imagens maravilhosas que ela havia desenhado. — Você é muito talentosa. Sabe que se não der certo o ramo da medicina pode virar ilustradora tranquilo!

— Credo! — Ela fez uma careta — Nunca mais fale uma besteira dessas. Como se eu fosse deixar de ser médica pra ser ilustradora. Eu iria ganhar uma merreca!

— Tem razão, foi bobice minha. — Admiti.

— Nina, me desculpa por perguntar isso, mas... — Ela fez uma pausa e, meu Deus, como eu odiava quando alguém falava isso e depois fazia essa pausa pra dar um suspense. Me faz ficar nervosa — por acaso tem acontecido alguma coisa aí?

— Como assim? — Franzi o cenho. O que ela queria dizer?

— É que eu tenho percebido que desde a nossa última chamada de vídeo você tem parecido mais, como eu posso dizer, — Ela parou um pouco e pensou - bobinha?

— Mana, ainda não estou conseguindo te entender. Eu estou normal. — Falei começando a rir.

— Eu te conheço, Nina! Você anda muito sorridente.

— Agora sorrir demais é pecado?

— Não é isso, é que geralmente você fica no seu mundo, ou então fica reclamando. Mas hoje você parece mais feliz. — Ela deu um sorrisinho — Me conta, vai. Conheceu algum rapaz?

— Rapaz! — Dei uma gargalhada daquelas sinceras, sabe? — Estou falando com a minha irmã ou com uma senhora de 80 anos?

— Não começa, Nina! — Do nada ela ficou séria. Desde criança Carol era assim. Se ela estivesse falando algo sério e você fizesse alguma brincadeira, ela ficava séria e se pudesse, te dava um soco bem no meio da sua cara. — Fala, vai!

— Tá bom, tá bom. Você venceu! — Falei parando de rir antes que ela desligue a ligação e pare de falar comigo por uma semana. — Conheci um carinha na biblioteca.

— EU FALEIIII!!!! — Ela deu um berro que até acordou o Cheddar, que no momento estava deitado ao meu lado no sofá da minha sala. Ele estava tão lindinho e cheiroso.

— Calma, acordou até o meu cachorro. — Falei rindo.

— Como ele é? — Ela perguntou curiosa quase passando pela tela do celular e entrando na minha casa.

— Ele é loiro, tem a pele bem branquinha e as bochechas geralmente ficam vermelhas. Os olhos são claros e muito lindos. — Falei sorrindo.

— Não, peste! — Ela revirou os olhos. — Não é foi isso que eu quis dizer. Quero saber do jeito dele de ser, não da aparência.

— Ah, você não avisa, né. Eu também não sou adivinha. — Fiz uma pausa enquanto ela fazia um sinal com as mãos para que eu prosseguisse. — Ele é gentil, pegou um livro que eu não consegui alcançar, tem uma irmã mais velha que ele ama muito e ele aparenta ser um cara legal.

— Qual o nome dele? — Ela franziu o cenho e perguntou confusa.

— Hugo. — Falei com um sorrisinho.

— Hugo e Nina. Combina com o seu nome, tem quatro letras. — Ela parou pra pensar e depois continuou: — Espera, esqueci que Nina é apelido.

— Besta! — Fiz uma pausa. — Mudando de assunto, como vai a faculdade?

Nina e Hugo: Entre olhares, sussurros e leituras - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora